Phillip Long, do MIT, defende o desenvolvimento de sistemas de conteúdo compartilhado como forma de disseminar o conhecimento científico e tecnológico nas instituições de ensino (foto: T.Romero)

Conhecimento distribuído
04 de novembro de 2004

No 1º Workshop Tidia, que ocorre até sexta, Phillip Long, do MIT, defende o desenvolvimento de sistemas de conteúdo compartilhado como forma de disseminar o conhecimento científico e tecnológico nas instituições de ensino

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No 1º Workshop Tidia, que ocorre até sexta, Phillip Long, do MIT, defende o desenvolvimento de sistemas de conteúdo compartilhado como forma de disseminar o conhecimento científico e tecnológico nas instituições de ensino

04 de novembro de 2004

Phillip Long, do MIT, defende o desenvolvimento de sistemas de conteúdo compartilhado como forma de disseminar o conhecimento científico e tecnológico nas instituições de ensino (foto: T.Romero)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - A liberdade de rodar um programa de computador para múltiplas finalidades. A possibilidade de adaptar um software para necessidades específicas que não as previstas pelo fabricante. A autonomia para melhorar os códigos-fonte de um programa e distribuí-los abertamente para disseminar o conhecimento.

Essas são algumas das possibilidades dos softwares de conteúdos abertos citadas por Phillip Long, criador do Empreendimento de Computação Acadêmica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, durante o 1º Workshop do Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia), na quarta-feira (3/11), em São Paulo.

"Porém, existe uma série de condições para a disseminação de uma cultura de códigos abertos", disse Long ao público presente no auditório do Centro de Convenções Rebouças, onde o evento ocorre até o dia 5 de novembro. "A principal delas é o desenvolvimento de trabalhos colaborativos a partir da contribuição de milhares de pessoas com objetivos comuns", explica.

Segundo ele, para que a colaboração seja bem sucedida é preciso haver um respeito pela qualidade intelectual de todos os colaboradores envolvidos no processo de aprimoramento do software. "A profundidade das habilidades de desenvolvimento técnico é apenas um pré-requisito para a cultura de código aberto", acredita. "O grande segredo é integrar os sistemas e não simplesmente copiá-los ou reconstruir as funções que já foram rescritas por todos os desenvolvedores que tiveram acesso aos códigos."

Um exemplo de produto advindo desta comunidade de software aberto é o projeto Open Course Ware (OCW), um sistema compartilhado onde é possível acessar livremente pela internet o conteúdo de diferentes cursos ministrados no MIT. O site proporciona acesso fácil e gratuito aos materiais de pesquisa do instituto para educadores, estudantes e demais interessados de todo o mundo.

O projeto não requer nenhum tipo de cadastro ou registro. Os interessados podem entrar no site, escolher um programa de graduação e ter acesso a todo o material didático, incluindo o programa do curso, calendário, referência bibliográfica, avaliações, propostas de trabalhos e banco de imagens.

O pesquisador alerta que a idéia não é apenas repetir o que acontece em sala de aula, nem se igualar aos padrões das iniciativas de educação a distância. "Trata-se de uma atividade permanente que tem o objetivo de atrair mais pessoas ao sistema educacional do instituto. O OCW deve estar sempre se aprimorando para que seja possível compartilhar as melhores práticas de ensino, ao mesmo tempo em que a sociedade pode contribuir para o desenvolvimento das disciplinas", ressalta no norte-americano.

Long conta que o sistema engloba atualmente o conteúdo de aproximadamente mil cursos, sendo que a meta é incluir, até 2008, os dois mil cursos existentes no MIT.

Mais informações: http://ocw.mit.edu


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