O quarto episódio da série Diário de Bordo apresenta os equipamentos CaSq e Calypso, responsáveis pela coleta de sedimentos marinhos que ajudam a contar a história do clima nos últimos milhões de anos (imagem: reprodução)

Conheça os instrumentos científicos usados na expedição Amaryllis
04 de julho de 2023

O quarto episódio da série Diário de Bordo apresenta os equipamentos CaSq e Calypso, responsáveis pela coleta de sedimentos marinhos que ajudam a contar a história do clima nos últimos milhões de anos

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O quarto episódio da série Diário de Bordo apresenta os equipamentos CaSq e Calypso, responsáveis pela coleta de sedimentos marinhos que ajudam a contar a história do clima nos últimos milhões de anos

04 de julho de 2023

O quarto episódio da série Diário de Bordo apresenta os equipamentos CaSq e Calypso, responsáveis pela coleta de sedimentos marinhos que ajudam a contar a história do clima nos últimos milhões de anos (imagem: reprodução)

 

Elton Alisson, da foz do rio Parnaíba* | Agência FAPESP – Na popa do navio de pesquisa Marion Dufresne são operados, por um sistema de guinchos, dois equipamentos que, juntos com o MUC ou multicorer, formam a trindade dos principais instrumentos científicos utilizados na expedição científica Amaryllis. É o que mostra o quarto episódio da série Diário de Bordo, publicado hoje (04/07) pela Agência FAPESP.

Um dos equipamentos é o CaSq – sigla em inglês de Calypso Square Corer. Semelhante a um poste de aço, vazado por baixo, o dispositivo de 6 toneladas é colocado vagarosamente no mar, preso a um guincho, até chegar ao assoalho marinho e penetrá-lo. Completada essa etapa, a tampa inferior do equipamento fecha automaticamente de modo a reter a camada de sedimentos em seu interior e trazê-la de volta para o deque da embarcação.

Com auxílio do CaSq são coletadas amostras com profundidades que variam entre 9 e 12 metros e que permitem reconstituir o clima de algumas dezenas de milhares de anos, dependendo do local onde foram coletadas.

Ao chegar ao deque do navio, pesando 7 toneladas graças ao sedimento extraído, o equipamento é desparafusado e aberto. Após esse procedimento são cravados tubos brancos, parecidos com calhas de PVC, para a coleta de barras de sedimentos.

O material nas barras, semelhantes a fôrmas de tijolos, é encaminhado primeiramente a uma bancada para limpeza.

Terminada a operação do CaSq é iniciada a do Calypso, um equipamento raro em navios de pesquisa e que é a “joia” do Marion Dufresne. Por meio de um sistema de guinchos é içado, com o máximo cuidado, um tubo de aço, parecido com um canudo gigante, que chega ao fundo do mar, penetra o assoalho marinho e extrai em um tubo de PVC no interior dele uma coluna de sedimentos com comprimento que varia entre 45 e 50 metros. Esses sedimentos permitem contar a história do clima nos últimos milhões de anos, também dependendo do local em que foram coletados.

De volta ao deque do navio, o tubo de PVC gigante extraído do Calypso é seccionado em partes com 1,5 metro de comprimento. As sequências são marcadas do topo até a base, de modo que os pesquisadores consigam identificar depois, nos laboratórios, onde as amostras foram extraídas e em quais profundidades. Os tubos com os sedimentos são então serrados ao meio, no sentido do comprimento, para que uma parte seja destinada à realização de trabalhos de pesquisa no Brasil e na Europa e outra fique armazenada para análises futuras.

Depois de limpos, os tubos serrados com os sedimentos obtidos com o Calypso e as calhas com as amostras extraídas com o CaSq seguem para o laboratório do navio, onde são feitas imagens com uma câmera especial e descritas as sequências sedimentares.

O próximo episódio da série Diário de Bordo contará como são feitas as análises preliminares nos laboratórios do navio Marion Dufresne dos testemunhos sedimentares recolhidos durante a expedição científica Amaryllis.

A série completa ficará disponível em: agencia.fapesp.br/diario-de-bordo.

* O repórter viaja a convite do Centro Nacional de Pesquisa (CNRS) da França.

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