Pesquisadores criam protocolo de inseminação artificial em gatas domésticas utilizando sêmen congelado. Técnica poderá ser útil para ajudar outras espécies de felinos ameaçadas (foto: divulgação)

Congelamento saudável
30 de agosto de 2006

Pesquisadores da Unesp, em Botucatu (SP), criam protocolo de inseminação artificial em gatas domésticas utilizando sêmen congelado. A técnica poderá ser útil para ajudar outras espécies de felinos ameaçadas

Congelamento saudável

Pesquisadores da Unesp, em Botucatu (SP), criam protocolo de inseminação artificial em gatas domésticas utilizando sêmen congelado. A técnica poderá ser útil para ajudar outras espécies de felinos ameaçadas

30 de agosto de 2006

Pesquisadores criam protocolo de inseminação artificial em gatas domésticas utilizando sêmen congelado. Técnica poderá ser útil para ajudar outras espécies de felinos ameaçadas (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, no interior de São Paulo, conseguiram promover o nascimento da primeira ninhada brasileira de gatos domésticos a partir de inseminação artificial feita com sêmen congelado.

Os dois filhotes saudáveis, que passam bem, são resultado de estudos realizados por Ana Izabel Villaverde no Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária da FMVZ. A gata submetida ao procedimento de inseminação apresentou período de gestação normal de 65 dias e parto normal.

"É preciso deixar claro, no entanto, que nosso objetivo não é utilizar essa técnica de reprodução em gatos. Muito ao contrário, o que se busca atualmente são novos procedimentos de controle populacional desses animais", explica a pesquisadora à Agência FAPESP.

Segundo Ana Izabel, existem várias técnicas de inseminação artificial para gatos no país, mas nenhum com uso de sêmen congelado. "Não encontramos registros anteriores de fato semelhante no Brasil", disse. A pesquisa resultou na dissertação de mestrado Inseminação artificial em gatos domésticos (Felis catus) utilizando sêmen congelado, desenvolvida sob orientação da professora Maria Denise Lopes.

Nos estudos feitos em Botucatu foram utilizados gatos domésticos por causa das semelhanças na fisiologia reprodutiva com onças e jaguatiricas, felinos selvagens encontrados no Brasil. "A partir desses resultados positivos, elaboramos um protocolo de congelação de sêmen, de indução da ovulação e de inseminação por via intra-uterina que poderá ser útil para outros pesquisadores que trabalham com felinos ameaçados de extinção", conta Ana Izabel.

Em tese, a inseminação artificial com sêmen fresco apresenta resultado final melhor, apesar de ter vida útil menor. O sêmen congelado pode ser armazenado por muitos anos, mas seu maior problema é a perda da viabilidade das células espermáticas e a conseqüente redução do número de espermatozóides vivos, o que diminui o índice de fertilidade.

"Nosso objetivo foi exatamente provar que o sêmen de gatos domésticos pode ser congelado e armazenado em nitrogênio líquido a 196 ºC negativos e, após a descongelação, ser utilizado com sucesso em um procedimento de inseminação artificial, sem perder sua capacidade fertilizante", conta Ana Izabel.

A pesquisadora ressalta que uma das vantagens do congelamento é a criação de um banco de material genético destinado a diferentes espécies de felinos selvagens.


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