Pesquisa faz o mapeamento do impacto da tecnologia da informação em países da América Latina
Pesquisa sobre conectividade realizada com 1,2 mil empresas da América Latina, sendo 25% do setor público, mostra que o caminho para a sociedade da informação ainda é longo por aqui
Pesquisa sobre conectividade realizada com 1,2 mil empresas da América Latina, sendo 25% do setor público, mostra que o caminho para a sociedade da informação ainda é longo por aqui
Pesquisa faz o mapeamento do impacto da tecnologia da informação em países da América Latina
Agência FAPESP - Um olhar estrangeiro sobre a conectividade latino-americana revelou algumas poucas facetas positivas e outras, várias, negativas. Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (28/7), em São Paulo analisou 1.121 empresas com mais de 25 funcionários de países como Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Costa Rica. Desse total, 25% são governamentais.
Segundo a pesquisa Net Impact 2005 - América Latina, feito pela Momentum Research Group, da Inglaterra, a maioria demonstrou ter uma percepção positiva em relação aos investimentos feitos em tecnologia da informação. Dentro da amostra de 485 instituições, 59% registraram um aumento em suas receitas anuais. Nesse mesmo setor, as aplicações em rede mais utilizadas, em 65% dos casos, são voltadas para os recursos humanos. Em segundo lugar, com 64%, aparecem os portais de internet.
O setor público aparece em segundo lugar quando se analisam os dados referentes ao porcentual médio de funcionários com acesso a essas aplicações em rede. Enquanto as empresas governamentais registram uma taxa de 52%, o setor financeiro, primeiro da lista, tem 68%. Os números latino-americanos, pelo menos no setor público, são iguais aos dos Estados Unidos, onde as corporações financeiras também lideram a lista, mas com uma taxa média de 86%.
A defasagem tecnológica revelada pela pesquisa, tanto no setor público como no privado, surge quando se analisa como ocorre a conectividade. No Brasil, que tem os melhores números em termos latino-americanos, 54% das 401 empresas consultadas estão conectadas por algum tipo de banda larga entre 128 Kbps (mil bits por segundo) e 768 Kbps. Nos Estados Unidos, a maior fatia das corporações (39%) está na faixa superior a 1,5 Mbps (milhões de bits por segundo). No Brasil, apenas 16% das empresas estão nessa faixa mais rápida. Esse número é 1% maior que a média da América Latina.
"Esforços para aumentar a oferta da banda larga e baixar o custo dela são indicações desse estudo para que a produtividade tanto do setor público como do privado possa subir", disse o engenheiro alemão Rafael Steinhauser, que atualmente preside a Cisco do Brasil, principal patrocinadora da pesquisa. O Instituto para Conectividade nas Américas, instituição sem fins lucrativos criada em 2001 na Conferência de Cúpula das Américas, participou da análise técnica dos dados.
As informações geradas pela pesquisa também mostram que a América Latina deve se preocupar mais com o quesito segurança de suas redes, de modo que o acesso aos funcionários possa aumentar e, também, adotar mais aplicações das chamadas segunda (planejamento e otimização dos recursos) e terceira (gestão de cadeias) ondas de aplicativos.
"Medir o impacto dos investimentos em tecnologia, o que não é feito no Brasil por 16% dos entrevistados, é outro ponto importante", afirma Steinhauser. Segundo ele, é bom sempre ter em mente que a tecnologia em si não garante produtividade. "Os aspectos humanos também são fundamentais."
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