Concentração metropolitana
16 de maio de 2005

Ambientes de inovação tecnológica existentes no Brasil condicionam o ritmo e a localização dos provedores de conteúdo na rede mundial de computadores. A constatação está nos Indicadores de CT&I em São Paulo – 2004, da FAPESP

Concentração metropolitana

Ambientes de inovação tecnológica existentes no Brasil condicionam o ritmo e a localização dos provedores de conteúdo na rede mundial de computadores. A constatação está nos Indicadores de CT&I em São Paulo – 2004, da FAPESP

16 de maio de 2005

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - A propagada inclusão digital não está ocorrendo no Brasil por pura e simples gravidade. Números apresentados nos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo – 2004, lançados pela FAPESP na semana passada, revelam que existe uma grande concentração de tecnologias da informação e da comunicação em ambientes nos quais a inovação tecnológica está presente.

"No caso da internet, os números mostram que a rede está indo contra o senso comum", disse Gilson Schwartz, diretor do Programa Cidade do Conhecimento da Universidade de São Paulo e autor do capítulo Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e Redes Digitais , publicado nos Indicadores. "Sem a elaboração de políticas públicas, não vai haver democratização dessa tecnologia de forma simples e natural. É preciso que essa desigualdade seja atacada", afirmou no lançamento dos Indicadores, na semana passada.

Uma das indicações que mostra com clareza a concentração ilustrada por Schwartz está no número de domínios da internet registrados no Brasil. Em São Paulo, no período de 1999 a 2003, 12 municípios concentravam mais de 75% de toda a produção de domínios "com.br" e "org.br". A grande oferta e demanda por conteúdos, do ponto de vista geográfico, está exatamente no entorno de regiões altamente urbanizadas e das regiões metropolitanas.

A discrepância digital também vai contra o senso comum em outra área tecnológica, de acordo com o estudo. O número de empresas que tem computadores, mas não tem páginas na internet, é bastante elevado, segundo o levantamento, que também contou com dados gerados pela Fundação Seade e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No setor industrial, por exemplo, pouco mais de 30% das empresas têm endereços no mundo virtual. No comércio e no setor de serviços, as taxas são, respectivamente, de 17% e 8%. No setor bancário é que a participação na internet está mais marcante: 67% das instituições marcam presença na rede.

Os autores do capítulo sobre acesso e difusão das tecnologias e redes explicaram essa ausência digital. Para eles, o desafio das empresas paulistas parece estar mais relacionado à reengenharia interna dos processos do que à conexão em rede ou mesmo ao desenvolvimento de sua identidade em mercados digitais.

Todo o conteúdo dos indicadores pode ser consultado no endereço: www.fapesp.br/indicadores


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