Foto: Miguel Boyayan
Durante seminário em Brasília, representantes de 70 países assinam carta de intenções com metas para a construção da universidade do século 21. No mesmo evento, MEC lança Programa Milton Santos, com bolsas para que universitários, principalmente de países africanos, possam fazer a graduação no Brasil
Durante seminário em Brasília, representantes de 70 países assinam carta de intenções com metas para a construção da universidade do século 21. No mesmo evento, MEC lança Programa Milton Santos, com bolsas para que universitários, principalmente de países africanos, possam fazer a graduação no Brasil
Foto: Miguel Boyayan
Agência FAPESP - Uma carta de intenções para a construção da universidade do futuro foi assinada por pesquisadores e representantes de 70 países, na quinta-feira (27/11), durante o Seminário Internacional Universidade XXI, em Brasília. Batizada de Compromisso de Brasília, o documento traz metas a serem cumpridas com base no ensino público de qualidade, na responsabilidade social e na diversidade cultural.
O documento foi assinado por ministros, líderes acadêmicos e professores da Europa, Estados Unidos, Ásia e América do Sul, e propõe a criação de uma nova universidade em sintonia com a velocidade do conhecimento e com as exigências do mundo moderno, que proporcionem a inclusão social. De acordo com o compromisso assinado, cada país deve procurar, a partir de agora, o melhor caminho para reformular o ensino superior.
"A declaração faz um balanço da experiência histórica das universidades de todo o mundo para firmar sua relevância e sua importância na busca de soluções para os problemas imediatos da sociedade", disse José Geraldo de Sousa Junior, diretor do Departamento de Políticas do Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC) e coordenador geral do seminário, em entrevista à Agência FAPESP. "O texto reafirma o comprometimento dos participantes com a causa comum da transformação contínua da universidade, para que ela alcance determinados fundamentos."
Segundo Sousa Junior, os principais objetivos da carta de intenções são: a preservação dos princípios da autonomia universitária; a gratuidade do ensino público; a importância da universidade para a preservação de uma cultura de afirmação dos direitos humanos; e a responsabilidade que a universidade deve ter com as formações científica, técnica, ética e humana.
"É preciso definir um projeto de autonomia e, mais importante, um projeto que permita a inserção social e que reconheça a diversidade étnica e cultural no exercício das funções acadêmicas", disse o diretor do MEC, ressaltando que só dessa maneira a universidade poderia se constituir como uma verdadeira "agência de desenvolvimento social".
O ministro da Educação Cristovam Buarque lançou, também durante o seminário, o Programa Universidade Milton Santos, que oferecerá a cidadãos de países com os quais o Brasil mantém acordos educacionais ou culturais a possibilidade de graduar-se em instituições federais brasileiras de ensino superior.
O programa deverá conceder bolsas de estudo a estudantes de países em desenvolvimento, em especial do continente africano. Serão ajudas de R$ 500 mensais, pelo período de um ano. A cada ano, o governo brasileiro oferecerá 100 novas bolsas.
No final do evento, ficou decidida a realização de uma segunda edição do seminário internacional, em 2005, para que seja realizado um balanço e avaliação das medidas propostas.
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