Pesquisa descobre em segmento do cromossomo 6 um possível fator hereditário para o mais comum dos tumores malignos e que geralmente é associado a causas externas, como o hábito de fumar

Componente hereditário para o câncer de pulmão
17 de agosto de 2004

Consórcio formado por 12 instituições de pesquisa dos EUA descobre em segmento do cromossomo 6 um possível fator hereditário para o mais comum dos tumores malignos e que geralmente é associado a causas externas, como o hábito de fumar

Componente hereditário para o câncer de pulmão

Consórcio formado por 12 instituições de pesquisa dos EUA descobre em segmento do cromossomo 6 um possível fator hereditário para o mais comum dos tumores malignos e que geralmente é associado a causas externas, como o hábito de fumar

17 de agosto de 2004

Pesquisa descobre em segmento do cromossomo 6 um possível fator hereditário para o mais comum dos tumores malignos e que geralmente é associado a causas externas, como o hábito de fumar

 

Agência FAPESP - Uma grande pesquisa feita nos Estados Unidos descobriu um possível fator hereditário para o câncer de pulmão, o mais comum dos tumores malignos e que geralmente é associado a causas externas, como o hábito de fumar.

Os cientistas identificaram uma região com alta suscetibilidade ao câncer em um segmento do cromossomo 6 – seqüenciado em 2003 e que representa cerca de 6% do genoma humano.

O estudo envolve um consórcio formado por 12 universidades e instituições de pesquisa do país, entre as quais o Instituto Nacional do Câncer (NCI) e o Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano (NHGRI). Os resultados serão publicados na edição de setembro do American Journal of Human Genetics.

Os pesquisadores do Consórcio da Epidemiologia Genética do Câncer de Pulmão (GELCC) examinaram 52 famílias com pelo menos três parentes em primeiro grau que tiveram câncer de pulmão, garganta ou laringe. Do total, 36 famílias tinham membros afetados em pelo menos duas gerações.

Usando 392 marcadores genéticos conhecidos – seqüências de DNA consideradas locais comuns de variações genéticas –, os cientistas geraram e, em seguida, compararam os alelos – diferentes variações que cada gene pode ter – de todos os integrantes de cada família, afetados ou não, que estavam dispostos a colaborar com o estudo.

O resultado foi a descoberta, com um marcador genético no cromossomo 6, de uma forte evidência de que um ou mais genes da suscetibilidade ao câncer de pulmão são transmitidos hereditariamente. Marcadores nos cromossomos 12, 14 e 20 também indicaram possíveis relações, embora os resultados não tenham sido tão veementes.

Identificar o local é um primeiro passo importante, mas os próprios cientistas envolvidos ressaltam que muito mais trabalho precisa ser feito. "Os marcadores genéticos são como as placas de quilometragem que ficam aos lados das rodovias. São muito úteis para para quem está dirigindo, mas não fornecem informações sobre as coisas interessantes que se encontram ao longo da estrada", disse um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, Jonathon Wiest, do NCI.

O próximo passo da pesquisa é examinar mais proximamente a região encontrada no cromossomo 6 de modo a descobrir o exato gene – ou genes –que causa a suscetibilidade ao câncer de pulmão. A região encontrada agora equivale a cerca de 20 milhões de pares de base no cromossomo.

Outra descoberta importante feita pelo GELCC está relacionada aos efeitos provocados pelo fumo. Nos indivíduos examinados que não tinham a região do cromossomo 6 demarcada, isto é, não tinham o componente hereditário, os cientistas verificaram que quanto mais se fumava, maior o risco de contrair câncer de pulmão. Nos que tinham o componente, por outro lado, qualquer quantidade de cigarro consumida aumentava o risco. Para os responsáveis pelo estudo, os dados indicam que mesmo um pequeno consumo de cigarro por quem tem a suscetibilidade herdada pode provocar a doença.

O câncer de pulmão é de longe a principal causa de morte pela doença. Nos Estados Unidos, calcula-se que 160 mil pessoas morrerão por esse tipo de câncer apenas este ano. A taxa de sobrevivência após cinco anos é de apenas 15%.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.