Imposto progressivo pode ser uma das soluções para favorecer os clubes menos ricos (foto: Fifa.com)

Competição balanceada
08 de março de 2005

Para estimular uma maior concorrência técnica entre os clubes de futebol, o que seria ideal para a sobrevivência financeira dos campeonatos, economistas europeus defendem um novo tipo de taxação para os clubes

Competição balanceada

Para estimular uma maior concorrência técnica entre os clubes de futebol, o que seria ideal para a sobrevivência financeira dos campeonatos, economistas europeus defendem um novo tipo de taxação para os clubes

08 de março de 2005

Imposto progressivo pode ser uma das soluções para favorecer os clubes menos ricos (foto: Fifa.com)

 

Agência FAPESP - Mesmo com a Grécia sendo a última campeã do Torneio Europeu de Seleções (Eurocopa) – e de várias outras surpresas terem ocorrido no mundo da bola nos últimos anos –, a ditadura econômica resultante na contratação em massa de craques pelos times mais ricos pode trazer prejuízos para os principais campeonatos. Manter as forças equilibradas entre os grandes e os pequenos é uma das formas seguras de garantir que a competitividade continue elevada.

Para resolver essa questão econômica – que não é nova e também já foi combatida com várias outras medidas –, uma dupla de pesquisadores europeus resolveu construir um novo modelo, que pelo menos no papel mostrou resultados interessantes. O estudo dos economistas Tsjalle van der Burg, da Universidade de Twente, na Holanda, e Aloys Prinz, da Westfälische Wilhelms-Universität Münster, da Alemanha, está publicado na edição de fevereiro do Scottish Journal of Political Economy.

A criação de um imposto progressivo, que atingisse a folha de pagamento dos clubes ou a renda bruta das agremiações, teria um efeito nivelador bastante importante, segundo os resultados obtidos com o modelo. Mas, para que isso desse certo, os próprios autores do estudo defendem que o dinheiro arrecadado não deveria ficar com o governo e nem ser distribuído entre os clubes menos ricos.

A intenção é que esses recursos sejam utilizados, por exemplo, em programas sociais a serem mantidos pelos próprios clubes de determinados países, mostra a pesquisa. Além de defender que essa medida é absolutamente realista, os pesquisadores atestam que ela é mais eficiente que outras tomadas anteriormente, como a questão do passe livre, implatada no Brasil, ou da limitação dos salários, que ocorre em algumas ligas esportivas nos Estados Unidos.

Um dos efeitos diretos de um imposto sobre a folha de pagamento, por exemplo, é que essa taxa, segundo os cálculos dos economistas europeus, serviria para diminuir os salários e, portanto, criaria possibilidades para que a competição pelos grandes talentos se estabelecesse em patamares mais confortáveis. Para que isso desse certo, toda a Europa teria que fazer um acordo, afirmam os estudiosos. O impacto dos talentos do terceiro mundo também não foi medido pela pesquisa.


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