Estudo internacional propõe modelo para a dispersão do vírus da Aids: forma predominante do HIV fora da África teria surgido no Haiti na metade da década de 1960 e, a partir dali, atingiu outros países
Estudo internacional propõe modelo para a dispersão do vírus da Aids: forma predominante do HIV fora da África teria surgido no Haiti na metade da década de 1960 e, a partir dali, atingiu outros países
Estudo internacional propõe modelo para a dispersão do vírus da Aids: forma predominante do HIV fora da África teria surgido no Haiti na metade da década de 1960 e, a partir dali, atingiu outros países
Estudo internacional propõe modelo para a dispersão do vírus da Aids: forma predominante do HIV fora da África teria surgido no Haiti na metade da década de 1960 e, a partir dali, atingiu outros países
Uma equipe internacional coordenada por Tom Gilbert, do departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Arizona, Estados Unidos, propôs um modelo para o movimento geográfico e a cronologia da dispersão do vírus para fora da África.
O estudo considerou o subtipo B do grupo M do HIV-1, que é a variante predominante do vírus fora da África subsaariana e também a primeira a ser descoberta. Os resultados do trabalho serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
O modelo se baseou em uma análise computacional de seqüências genéticas dos primeiros pacientes haitianos de Aids, recuperadas em amostras de arquivo. O estudo constatou que o subtipo B passou da África para o Haiti entre 1962 e 1970.
A data mais provável, segundo os cientistas, é 1966. A forma mais comum do vírus se espalhou no país caribenho por alguns anos antes de se dispersar pelo resto do continente.
Os pesquisadores analisaram também o material genético de 117 pacientes de Aids com subtipo B em 19 outros países. De acordo com o estudo, a chance de que os vírus haitianos tenham formado, a partir da África, o primeiro tronco da árvore genética do HIV é de 99,8%.
A hipótese de que o Haiti teria papel especial na pandemia da Aids surgiu logo que a doença foi descoberta, no início da década de 1980 – foi constatada prevalência da síndrome entre imigrantes haitianos nos Estados Unidos.
Mas, mais tarde, ficou claro que o vírus não teve origem no Haiti e sim na África central, provavelmente na década de 1930. Persistiu, no entanto, a hipótese de que o Haiti teria sido um trampolim para a dispersão do vírus.
Além de ter a epidemia mais antiga fora da África subsaariana, o Haiti tem o subtipo B mais geneticamente diverso do mundo – o que representa um desafio para o desenvolvimento e testes de vacinas para o HIV-1. Os resultados sugerem que o HIV-1 circulou nos Estados Unidos por cerca de 12 anos antes do reconhecimeno da Aids em 1981.
O caminho da variante do vírus a partir de suas origens centro-africanas tem sido debatido extensamente, mas os autores do novo estudo sugerem que a explicação mais simples é que o vírus tenha mesmo entrado pelo Haiti, sendo transmitido, em um evento isolado, para os Estados Unidos em torno de 1969. Os cinco primeiros pacientes norte-americanos analisados no estudo haviam migrado recentemente do Haiti na época do contágio.
O artigo The emergence of HIV-Aids in the Americas and beyond, de Thomas Gilbert e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.
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