Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário (Spitzer/Nasa)
Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário
Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário
Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário (Spitzer/Nasa)
A inusitada farra ocorre no coração da nebulosa da Hélice, uma das nebulosas planetárias mais próximas à Terra, descoberta pelo astrônomo alemão Karl Ludwig Harding no início do século 19. A cena foi captada pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa, e divulgada nesta segunda-feira (12/2).
"Ficamos surpresos de ver tanta poeira, que deriva de cometas que sobreviveram à morte de seu sol", disse Kare Su, da Universidade do Arizona e primeira autora do artigo que descreve a descoberta, que será publicada na edição de 1º de março da revista Astrophysical Journal Letters.
Os pesquisadores se surpreenderam porque a poeira deveria ter sido lançada no espaço pela explosão da estrela. Segundo eles, o mais provável é que a poeira acumulada agora identificada não seja derivada da morte da estrela, mas do choque entre os cometas.
Na imagem divulgada, feita em infravermelho, a estrela morta aparece como um pequeno ponto no meio da nebulosa, como se fosse uma pupila vermelha no centro de um monstruoso olho esverdeado.
A nebulosa da Hélice foi formada quando uma estrela parecida com o Sol morreu e perdeu suas camadas externas. Apesar de sua grande e inusitada beleza, a nebulosa planetária não vai durar muito. Em cerca de 10 mil anos suas nuvens brilhantes desaparecerão, deixando a anã-branca no centro e os cometas à sua volta para esfriarem no espaço vazio.
Astrônomos têm estudado há tempos a anã-branca o centro da nebulosa da Hélice, mas até agora ninguém havia conseguido detectar poeira por ali. O Spitzer, que enxerga na faixa de radiação infravermelha, conseguiu captar o brilho de um círculo de poeira ao redor da estrela morta, a uma distância entre 35 e 150 unidades astronômicas – uma UA é a distância entre a a Terra e o Sol, de cerca de 150 milhões de quilômetros.
O Sistema Solar do qual faz parte a Terra deverá passar por uma transformação semelhante em cerca de 5 bilhões de anos. Como na nebulosa da Hélice, o Sol se transformará em uma anã-branca e ficará rodeado por um bando de cometas que colidirão e lançarão poeira colorida que poderá ser captada a muitos anos-luz de distância.
Mais informações: www.nasa.gov/spitzer
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