Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário (Spitzer/Nasa)

Cometas fazem farra em nebulosa
14 de fevereiro de 2007

Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário

Cometas fazem farra em nebulosa

Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário

14 de fevereiro de 2007

Telescópio espacial Spitzer faz primeira imagem do resultado do choque entre cometas que lançam poeira em torno de uma estrela morta a cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário (Spitzer/Nasa)

 

Agência FAPESP - A festa é de arromba, mas os vizinhos parecem não se importar. Diversos cometas estão colidindo uns com os outros e levantando poeira em escala literalmente astronômica em torno de uma estrela morta há cerca de 700 anos-luz, na constelação de Aquário.

A inusitada farra ocorre no coração da nebulosa da Hélice, uma das nebulosas planetárias mais próximas à Terra, descoberta pelo astrônomo alemão Karl Ludwig Harding no início do século 19. A cena foi captada pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa, e divulgada nesta segunda-feira (12/2).

"Ficamos surpresos de ver tanta poeira, que deriva de cometas que sobreviveram à morte de seu sol", disse Kare Su, da Universidade do Arizona e primeira autora do artigo que descreve a descoberta, que será publicada na edição de 1º de março da revista Astrophysical Journal Letters.

Os pesquisadores se surpreenderam porque a poeira deveria ter sido lançada no espaço pela explosão da estrela. Segundo eles, o mais provável é que a poeira acumulada agora identificada não seja derivada da morte da estrela, mas do choque entre os cometas.

Na imagem divulgada, feita em infravermelho, a estrela morta aparece como um pequeno ponto no meio da nebulosa, como se fosse uma pupila vermelha no centro de um monstruoso olho esverdeado.

A nebulosa da Hélice foi formada quando uma estrela parecida com o Sol morreu e perdeu suas camadas externas. Apesar de sua grande e inusitada beleza, a nebulosa planetária não vai durar muito. Em cerca de 10 mil anos suas nuvens brilhantes desaparecerão, deixando a anã-branca no centro e os cometas à sua volta para esfriarem no espaço vazio.

Astrônomos têm estudado há tempos a anã-branca o centro da nebulosa da Hélice, mas até agora ninguém havia conseguido detectar poeira por ali. O Spitzer, que enxerga na faixa de radiação infravermelha, conseguiu captar o brilho de um círculo de poeira ao redor da estrela morta, a uma distância entre 35 e 150 unidades astronômicas – uma UA é a distância entre a a Terra e o Sol, de cerca de 150 milhões de quilômetros.

O Sistema Solar do qual faz parte a Terra deverá passar por uma transformação semelhante em cerca de 5 bilhões de anos. Como na nebulosa da Hélice, o Sol se transformará em uma anã-branca e ficará rodeado por um bando de cometas que colidirão e lançarão poeira colorida que poderá ser captada a muitos anos-luz de distância.

Mais informações: www.nasa.gov/spitzer


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