Dieta do Australopithecus africanus era variada confirma estudo. Apesar de prefirirem folhas, quando não tinha o que mais gostavam, comiam o que estava disponível

Comer sem reclamar
09 de agosto de 2005

Estudo publicado na Nature revela que os ancestrais do homem moderno se alimentavam com uma dieta variada, que dependia do tipo de alimento disponível

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Estudo publicado na Nature revela que os ancestrais do homem moderno se alimentavam com uma dieta variada, que dependia do tipo de alimento disponível

09 de agosto de 2005

Dieta do Australopithecus africanus era variada confirma estudo. Apesar de prefirirem folhas, quando não tinha o que mais gostavam, comiam o que estava disponível

 

Agência FAPESP - Comida para quem precisa de comida. Um novo estudo revela que os ancestrais do homem moderno se alimentavam com uma dieta variada, que dependia do tipo de alimento disponível, não se restringindo a um determinado tipo.

A pesquisa, feita por cientistas da Universidade Johns Hopkins, do Centro Politécnico Worcester e da Universidade do Arkansas, foi feita a partir da comparação de dentes fossilizados do Australopithecus africanus e do Paranthropus robustus.

Com a análise em computador das imagens obtidas por microscopia eletrônica, os pesquisadores confirmaram evidências anteriores de que o A. africanus preferia folhas e o P. robustus alimentos mais duros. Mas o estudo também verificou que a dieta dos dois era variada. Quando não havia o que mais gostavam, comiam o que estava disponível.

"Os resultados mostram que os primeiros humanos evoluíram e alteraram suas dietas de acordo com mudanças, seja de estações ou de outro tipo, de modo a poderem sobreviver", disse Mark Teaford, da Johns Hopkins. O estudo, que inclui uma nova e mais eficaz abordagem para o exame do desgaste dentário, está publicado na edição atual da revista Nature.

"O estudo da dieta das espécies pré-históricas sempre esteve sujeito a limitações, por ser muito complexo, demandar muito tempo e estar sujeito a abordagens subjetivas na análise dentária. Ter uma tecnologia confiável e eficiente representa um grande salto", afirmou Teaford.

A tecnologia inclui um software especialmente desenvolvido para fazer o que chamaram de "análise fractal em escala sensível", ou seja, o exame detalhado das superfícies fósseis por meio de imagens feitas por um microscópio e reproduzidas em três dimensões no computador.

O artigo Dental microwear texture analysis shows within-species diet variability in fossil hominins, de Robert S. Scott, Peter S. Ungar, Torbjorn S. Bergstrom, Christopher A. Brown, Frederick E. Grine, Mark F. Teaford e Alan Walker, pode ser lido no site da Nature, em www.nature.com


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