Posição brasileira poderá acelerar acordo de rotulagem durante a MOP 3, em Curitiba (foto: IISD)

Começo promissor
15 de março de 2006

Primeiros movimentos na MOP 3, que termina no dia 17, em Curitiba, apontam para uma solução do problema da rotulagem dos organismos vivos geneticamente modificados

Começo promissor

Primeiros movimentos na MOP 3, que termina no dia 17, em Curitiba, apontam para uma solução do problema da rotulagem dos organismos vivos geneticamente modificados

15 de março de 2006

Posição brasileira poderá acelerar acordo de rotulagem durante a MOP 3, em Curitiba (foto: IISD)

 

Agência FAPESP - A posição brasileira de defender de forma explícita a rotulagem dos organismos vivos geneticamente modificados (OVMs) a serem exportados, mesmo com o tempo de quatro anos considerado grande para a sua adoção, movimentou as conversas entre os delegados internacionais presentes em Curitiba.

Na capital paranaense, até a próxima sexta-feira (17/3) está sendo realizada a Terceira Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP 3). Na segunda-feira (20/3), começa a Oitava Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 8), a principal reunião ambiental feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil após a Rio-92. Esse segundo evento termina no dia 31.

Segundo Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, a posição do Brasil visa a garantir a coexistência pacífica entre os organismos modificados geneticamente e os demais, não produzidos a partir de técnicas genéticas. Rubens Nodari, gerente de recursos genéticos do Ministério do Meio Ambiente (MMA), classificou de "revolucionária" a decisão brasileira.

Na última reunião do Protocolo de Cartagena, realizada no ano passado no Canadá, Brasil e Nova Zelândia ficaram isolados ao defender de forma radical a rotulagem não explícita dos OVMs. A expectativa dos representantes do MMA é que a nova posição brasileira possa ajudar na aprovação da rotulagem.

Nos primeiros dois dias de negociações – ao todo 132 países já assinaram o Protocolo de Cartagena – os corredores da MOP 3 revelaram otimismo em relação a um desfecho sobre a rotulagem, um dos temas mais polêmicos em debate em Curitiba. Uma definição precisa, entretanto, deve ocorrer apenas no último dia do encontro.

Apesar de parecer um tema simplista, a forma de identificação dos OVMs em cargas para exportação tem implicações em várias áreas. Ela é importante do ponto de vista comercial – e o Brasil tem no agronegócio grande parte de seus lucros internacionais –, político e também científico.

A relação entre OVMs e ambiente, também bastante relevante, é a mais polêmica. A grande crítica a essa nova tecnologia é exatamente que ela pode contaminar as espécies nativas, não modificadas. Há também o risco ainda não totalmente descartado sobre a saúde humana. Mas pelo menos, por enquanto, a idéia de precaução, tão alardeada dentro do MMA, está mais fortalecida.

Mais informações: www.biodiv.org e www.cdb.gov.br


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