Vogt e Nogueira (dir.), na reunião na FAPESP
FAPESP, Governo do Estado e pesquisadores reúnem-se para pesquisar alternativas de solução ao grave problema que atinge a citricultura, setor que movimenta uma cadeia produtiva de US$ 5 bilhões por ano
FAPESP, Governo do Estado e pesquisadores reúnem-se para pesquisar alternativas de solução ao grave problema que atinge a citricultura, setor que movimenta uma cadeia produtiva de US$ 5 bilhões por ano
Vogt e Nogueira (dir.), na reunião na FAPESP
Estiveram presentes à reunião os diretores da FAPESP, Francisco Romeu Landi e Joaquim José de Camargo Engler, o diretor do Centro Apta Citrus Sylvio Moreira, Marcos Machado, o diretor do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Cândido Bastos, e o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, José Sidnei Gonçalves.
De acordo com Duarte Nogueira, a morte súbita dos citros pode provocar um impacto muito grande na economia paulista, pois "de cada dez copos de suco de laranja que são bebidos no mundo, cinco saem de São Paulo", disse. Segundo o secretário, a laranja é responsável por 400 mil empregos diretos e movimenta uma cadeia produtiva de US$ 5 bilhões por ano. "O problema ainda não atingiu as proporções de causar danos mais significativos. Mas, se nos anteciparmos, poderemos evitar a perda da competititivade da laranja brasileira no mercado internacional", disse.
Uma força tarefa havia sido montada em fevereiro para estudar o problema. "Com base naquele estudo, chegamos à conclusão que temos que trabalhar na difusão do problema, na varredura da doença pelo Estado e, claro, na pesquisa científica", disse Machado.
A pesquisa científica terá três focos. O primeiro é conhecer melhor a etiologia da doença. O objetivo é responder perguntas básicas do tipo "qual é o agente?", ou "é um vírus mesmo?" A hipótese mais forte existente hoje é que a doença é causada pelo vírus da tristeza, uma enfermidade que ataca os citros. O segundo foco está na definição das características da epidemiologia. "É importante entender a doença em relação ao espaço e ao tempo", disse Machado. O terceiro será tentar desenvolver formas de controle da doença.
O caminho mais estudado atualmente é o desenvolvimento de novas variedades de porta-enxerto. "Temos o maior acervo de variedades genéticas do mundo. Agora, vamos vasculhar esse acervo", anuncia Machado. Para desenvolver as pesquisas necessárias para a realização do projeto, o diretor do Centro Apta Citrus Sylvio Moreira calcula que serão necessários recursos da ordem de R$ 5 milhões nos próximos quatro anos.
"Reconhcemos a gravidade do problema e vamos fazer o que for preciso para ajudar a solucioná-lo", disse Vogt. Segundo o presidente da FAPESP, o próximo passo será chamar todos os atores envolvidos no processo, pesquisadores de diversas instituições e o setor empresarial, para uma reunião com a diretoria científica da Fundação. "Com a participação de todos, definiremos como será montada a estrutura de ação."
A morte súbita dos citros é considerada um dos maiores desafios atuais na agricultura. Descrita pela primeira vez no início de 2001, a doença ainda está restrita à região norte do Estado de São Paulo. Se for confirmada que a causa é realmente o vírus da tristeza, o problema, pelo menos potencialmente, poderá ser enorme. O motivo é que 150 milhões de plantas no Estado estão enxertadas sobre o limão cravo, espécie que é bastante atacada pelo vírus.
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