Método desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP identifica, por meio de um adesivo que coleta o suor, a presença da droga no organismo humano até dez dias após o uso (foto: divulgação)

Cocaína detectada no suor
10 de dezembro de 2004

Método desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP identifica, por meio de um adesivo que coleta o suor, a presença da droga no organismo humano até dez dias após o uso

Cocaína detectada no suor

Método desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP identifica, por meio de um adesivo que coleta o suor, a presença da droga no organismo humano até dez dias após o uso

10 de dezembro de 2004

Método desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP identifica, por meio de um adesivo que coleta o suor, a presença da droga no organismo humano até dez dias após o uso (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um método desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP), que identifica a presença de cocaína no organismo humano até dez dias após o consumo, poderá se tornar uma ferramenta importante para o tratamento de dependentes. Os testes disponíveis atualmente, que analisam a urina, detectam a substância apenas até quatro dias depois de consumida.

O novo teste, resultado da dissertação de mestrado da farmacêutica bioquímica Maria José Damas Follador, caracteriza-se pela aplicação de um adesivo na pele do paciente. "É uma espécie de curativo, com um um algodão central que coleta as amostras de suor para as análises toxicológicas", disse Maria José à Agência FAPESP.

Depois de coletado, a análise do material é relativamente simples. A cocaína e o cocaetileno, substância proveniente do consumo combinado de cocaína e álcool, são retirados do adesivo por meio de uma microextração em fase sólida. "Após a extração, o material é injetado em um cromatógrafo em fase gasosa, que separa as substâncias para, logo em seguida, passar pelo espectrômetro de massa, responsável por identificar a droga", explica a pesquisadora

Maria José lembra que atualmente a urina é a amostra biológica mais utilizada para esse tipo de exame e aponta vantagens do novo método. "O suor é capaz de demonstrar resultados mais precisos. A urina pode ser facilmente adulterada, diluída com outros líquidos para mudar os resultados", conta

Segundo Maria José, o risco de adulteração da amostragem feita pelo suor é mais difícil. "Ao ser retirado da pele, o material não consegue aderir novamente", disse. Por conta disso, a pesquisadora cita uma aplicação eficiente para a inovação: o monitoramento de dependentes químicos que precisam freqüentar clínicas de desintoxicação. "O paciente pode ter uma vida normal utilizando esse método, pois nem todos os usuários precisam ficar internados e em observação durante o tratamento."


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