Foto: European Southern Observatory
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, nos Estados Unidos, estão estudando a química do enxofre e do nitrogênio no ar da Antártica. A pesquisa ajudará a entender melhor os processos químicos no continente e refinar as interpretações de pesquisadores sobre o clima no passado
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, nos Estados Unidos, estão estudando a química do enxofre e do nitrogênio no ar da Antártica. A pesquisa ajudará a entender melhor os processos químicos no continente e refinar as interpretações de pesquisadores sobre o clima no passado
Foto: European Southern Observatory
Os pesquisadores estão estudando o enxofre para entender melhor os processos de oxidação, ou seja, como ele reage com o oxigênio. As fontes naturais de enxofre na atmosfera são emissões de vulcões e dos oceanos. Na Antártica, a substância é liberada na forma reduzida de dimetil sulfito, que, em contato com o oxigênio, forma sulfatos. Os sulfatos chegam ao solo levados pela neve, onde se tornam parte dos blocos de gelo. Os cientistas perfuram o solo e medem as concentrações de sulfato para determinar os eventos geofísicos do passado, como erupções vulcânicas, episódios do El Niño e mudanças climáticas.
Os pesquisadores também estudam a química do nitrogênio porque encontraram evidências, na atmosfera, de altos níveis de óxido nítrico no pólo Sul. Na maioria das regiões do mundo, o óxido nítrico é considerado poluente. Entretanto, ele ocorre naturalmente no pólo quando a luz do Sol incide sobre o nitrato contido na neve e, então, uma reação fotoquímica libera o óxido nítrico no ar. O fenômeno nunca havia sido observado naquela região. Os níveis dessa substância chegam a ficar dez vezes maiores do que em outras partes da Antártica.
Uma das razões da importância do conhecimento dos processos que geram enxofre e nitrogênio na Antártica está no fato de serem fenômenos naturais acontecendo numa das regiões mais remotas do planeta. É necessário entendê-los para diferenciar esses processos daqueles em que há interferência do homem, em áreas mais complexas.
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