Foto: Unesp

Cientista brasileiro na Agência Internacional de Energia Atômica
28 de julho de 2003

José Fernando Garcia, da Unesp, participará, no orgão ligado à ONU, do desenvolvimento de novos métodos de melhoramento animal que poderão ser aplicados em países em desenvolvimento

Cientista brasileiro na Agência Internacional de Energia Atômica

José Fernando Garcia, da Unesp, participará, no orgão ligado à ONU, do desenvolvimento de novos métodos de melhoramento animal que poderão ser aplicados em países em desenvolvimento

28 de julho de 2003

Foto: Unesp

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - O médico veterinário José Fernando Garcia, professor do Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araçatuba, sempre teve uma meta em mente: participar de pesquisas em uma agência internacional.

No ano passado, enquanto estava num congresso na Europa, viu um anúncio para a Agência Internacional de Energia Atômica, entidade ligada à Organização das Nações Unidas para cooperação científica e técnica no uso pacífico da tecnologia nuclear. Tratava-se de uma única vaga, mas o brasileiro de 36 anos conseguiu ser o escolhido.

Garcia embarca em 20 de setembro para Viena, Áustria, onde deverá passar no mínimo dois anos. "A princípio, vou com três metas concretas. A primeira é participar de um workshop (International Symposium on Applications of Gene-based Technologies for Improving Animal Production and Health in Developing Countries) entre os dias 6 e 8 de outubro", disse à Agência FAPESP o pesquisador que, antes de se radicar no interior de São Paulo, passou pelo Centro de Biotecnologia do Rio Grande do Sul, onde fez o mestrado nos anos 90.

Na Europa, a segunda meta do pesquisador será organizar um curso sobre a utilização da genética molecular no melhoramento animal. O público deste evento deverá ser todo da Ásia. O curso deverá ser ministrado em meados do próximo ano. Os programas de pesquisa oriundos desta atividade terão que ser implementados até 2005.

"A terceira etapa será participar dos programas da própria agência", disse Garcia. Em todas as linhas de pesquisa da entidade vinculada à ONU, a utilização da energia atômica deverá ser feita com objetivos pacíficos e, também, humanitários. Uma das pesquisas em andamento pretende erradicar a mosca tsé-tsé do continente africano, por intermédio da esterilização de machos.

O cientista da Unesp-Araçatuba acredita que as técnicas usadas no melhoramento animal aqui no Brasil poderão ser bastante úteis em países da África. Inclusive, existe a possibilidade de que Garcia tenha que se deslocar para a África nos próximos anos. A missão dele: transmitir conhecimentos científicos aos países pobres do mundo. "O que se faz no Brasil está muito mais próximo do topo do que lá de baixo", disse.

Enquanto estiver em suas atividades em Viena, o pesquisador não vai deixar de participar das atividades de seu laboratório no interior de São Paulo. "Serão 15 dias aqui e 45 lá. Tenho vários projetos em andamento no Brasil, além das orientações", disse.

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.