Grupo de teatro da UFSCar utiliza recursos de experimentos de química e física nos efeitos especiais

Ciência no palco
22 de janeiro de 2007

Grupo da UFSCar usa o teatro para fazer divulgação científica de forma lúdica. As peças, voltadas para o público infanto-juvenil, são parte de programa de extensão e já foram assitidas por mais de 5 mil pessoas

Ciência no palco

Grupo da UFSCar usa o teatro para fazer divulgação científica de forma lúdica. As peças, voltadas para o público infanto-juvenil, são parte de programa de extensão e já foram assitidas por mais de 5 mil pessoas

22 de janeiro de 2007

Grupo de teatro da UFSCar utiliza recursos de experimentos de química e física nos efeitos especiais

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP– A dedicação de Karina Lupetti à ciência se divide entre laboratórios e palcos de teatro. A pesquisadora, que está finalizando seu pós-doutorado no Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da Universidade de São Paulo (USP), é diretora do grupo teatral Ouroboros, que faz divulgação científica por meio de peças.

O grupo, formado por 30 alunos do curso de química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), viaja pelo Estado de São Paulo com peças que falam sobre ciência e utilizam recursos de experimentos de química e física nos efeitos especiais.

"Todos os elementos, do texto à cenografia, procuram explicar e divulgar a ciência de uma maneira lúdica e divertida, mas correta", disse a pesquisadora à Agência FAPESP.

Idealizado em 2004, o Ouroboros logo se tornou um projeto de extensão da UFSCar, com coordenação da professora Clélia Marques. Após a estréia, em outubro de 2005, o grupo passou por São Carlos, Campinas, Ribeirão Preto, Tatuí e Santa Rita do Passa Quatro, em teatros, escolas e praças, tendo sido assistido por cerca de 5 mil pessoas. As peças têm enredo voltado para o público infanto-juvenil.

De acordo com Karina, o grupo utiliza experimentos de química para fazer alguns dos efeitos, como explosões, líquidos que mudam de cor ou fumaça colorida. "São reações químicas de efeito visual – reações exotérmicas, oxidações orgânicas e indicadores de ácido-base, por exemplo", disse.

Karina conta que as reações são explicadas no decorrer do enredo, de forma criativa. A primeira peça montada pelo grupo, Além da lenda, contava a história de um aluno que, às vésperas de uma prova de química, tinha um sonho no qual apareciam personagens como o rei Artur e o mago Merlin.

"No sonho do garoto, os personagens precisam buscar a cura para o rei, que está gravemente ferido, e recorrem a um alquimista. Quando esse faz reações químicas, a cena congela e o aluno aparece com uma professora, que explica sucintamente o que se passa. A peça fica dinâmica e ensina muitos fundamentos", explicou Karina.

Cenografia, iluminação, adereços, figurino, sonoplastia e efeitos especiais são feitos pelos alunos do curso de química. Trilha sonora, roteiro e coreografias são feitas por subgrupos. Outros integrantes se dedicam a conseguir patrocínios.

"Achamos que se trata de uma nova estratégia para abordar o ensino de química e estimular os alunos a se interessarem pela pesquisa. Os textos sempre têm um lado cômico e são muito divertidos. Usamos muita música e dança", disse.

Segundo a pesquisadora, a receptividade do público tem sido excelente. "Nós distribuímos questionários perguntando sobre os fundamentos ensinados na peça. O público sempre é participativo e, depois das apresentações, as crianças muitas vezes fazem perguntas sobre a parte científica", contou.

O grupo inicia a temporada 2007 no mês de fevereiro, com a reapresentação da peça O químico e o monstro, que estreou em outubro do ano passado. Nela, cinco jovens pesquisadores ganham um prêmio inusitado por seus experimentos em uma feira de ciências: um estágio com um químico que mora em um castelo assombrado. Sob a orientação desse, os jovens devem preparar uma poção mágica, mas, assim que cumprem a tarefa, a solução é roubada por uma estranha criatura. Em suas voltas pelo castelo para investigar o mistério, alguns "fantasmas" aparecem para ajudá-los: grandes nomes da ciência brasileira, como Carlos Chagas e César Lattes.


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