Ciência em cordel
12 de dezembro de 2005

Livro que será lançado nesta segunda-feira (12/12) no Rio de Janeiro traz coletânea inédita de obras de cordelistas. São 22 textos que abordam a vida de cientistas, além de temas como espaço, meio ambiente e saúde

Ciência em cordel

Livro que será lançado nesta segunda-feira (12/12) no Rio de Janeiro traz coletânea inédita de obras de cordelistas. São 22 textos que abordam a vida de cientistas, além de temas como espaço, meio ambiente e saúde

12 de dezembro de 2005

 

Agência FAPESP - "Sobre os seus órgãos internos/principalmente o pulmão/se forma espessa camada/em toda a sua extensão/tornando quase impossível/a sua respiração". O cordel acima, escrito por Gonçalo Ferreira da Silva, poeta nascido em Ipu, no Ceará, relata um diálogo entre o Dr. Saúde e o Zé do Tabaco. O fim dessa história está no livro Cordel e ciência, que será lançado nesta segunda-feira (12/12), no Rio de Janeiro.

A obra traz uma coletânea inédita de 22 cordéis que abordam a vida de cientistas brasileiros e estrangeiros, além de temas como espaço, meio ambiente e saúde. Nenhum dos poemas foi escrito especialmente para o livro. Os organizadores do projeto, Luisa Massarani e Carla Almeida, do Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz, e Ildeu de Castro Moreira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor da Secretaria de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia, garimparam os textos entre a produção existente dos cordelistas, principalmente nordestinos.

Toda a literatura apresentada no livro foi escrita por cinco autores. Edmilson Santini é de Belas Águas, Pernambuco, mesmo Estado de outro autor, Manoel Monteiro. Esse nascido no Agreste, em Bezerros, cidade também famosa pelo carnaval centenário dos papangus, as figuras mascaradas que saem pelas ruas da cidade sempre no domingo da folia de momo.

Gonçalo da Silva e Raimundo Santa Helena são do Ceará. O primeiro de Ipu, o segundo de Santa Helena, município fundado pelo pai do artista, que morreu em 1927 em uma luta contra o bando de Lampião. O quinto autor é Eugênio Dantas de Medeiros, da cidade de Martins, no Rio Grande do Norte.

"Da luz na velocidade/Como será viajar?/E como um raio da luz/Nesta esfera contemplar?/Essas perguntas fazia/Porém ninguém respondia/Para ele se conformar." O texto de Medeiros, Einstein, o ano mundial da física e o papel de Sobral na Teoria da Relatividade, explora o papel da cidade cearense na comprovação da teoria da relatividade. Em 1919, uma equipe de cientistas ingleses esteve em Sobral para observar um eclipse e verificar o desvio da luz ao passar pelo campo de gravitação solar.

Mais informações: www.vieiralent.com.br/cordel.htm


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