Serão debatidas no evento ameaças à Mata Atlântica e ao Cerrado paulista (foto: Joca Duarte/SVMA)

Divulgação Científica
Ciclo ILP-FAPESP discute os biomas ameaçados e o preço da conservação
01 de novembro de 2024

Evento será transmitido pelo YouTube na próxima segunda-feira, entre 15h e 17h

Divulgação Científica
Ciclo ILP-FAPESP discute os biomas ameaçados e o preço da conservação

Evento será transmitido pelo YouTube na próxima segunda-feira, entre 15h e 17h

01 de novembro de 2024

Serão debatidas no evento ameaças à Mata Atlântica e ao Cerrado paulista (foto: Joca Duarte/SVMA)

 

Agência FAPESP – Pesquisadores vão se reunir na próxima segunda-feira (04/11) para discutir ameaças à Mata Atlântica e ao Cerrado paulista, bem como a conservação desses biomas. O debate será realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) das 15h às 17h, no âmbito do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação. Haverá transmissão ao vivo pelo YouTube.

A produção científica tem fornecido subsídios para a formulação de políticas públicas tanto para a restauração quanto para a conservação. A primeira depende da definição clara de objetivos e da escolha apropriada de onde e como restaurar. A segunda, de como é feita a manutenção dos dois biomas, que desempenham um papel essencial na manutenção da qualidade de vida da população por meio dos serviços ecossistêmicos que fornecem. A regulação do clima, a manutenção da qualidade da água, a polinização, a proteção contra desastres naturais e a conservação da biodiversidade são alguns deles.

Segundo o professor Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), a Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo.

“Focando no ciclo hidrológico, por exemplo, os remanescentes de Mata Atlântica no Estado são de fundamental importância para a absorção e a filtragem da água da chuva, ajudando a garantir o abastecimento para grandes cidades, como São Paulo”, diz. “O Cerrado, por sua vez, protege importantes áreas de recarga do Aquífero Guarani” – sistema que atende a mais de 90 milhões de pessoas e está sendo superutilizado em diversas regiões paulistas.

Giselda Durigan, do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), explica que a baixa biomassa aérea da vegetação do Cerrado faz com que seja pequena a perda por evapotranspiração. E os solos, geralmente profundos e permeáveis, fazem com que a chuva recarregue as reservas subterrâneas, garantindo rios perenes, que não existem nas grandes savanas do planeta. “Essas peculiaridades fazem com que o Cerrado seja bem mais eficiente do que florestas nativas ou plantações florestais em se tratando de recarga hídrica e produção de água”, explica.

Em São Paulo, cita a pesquisadora, restam cerca de 240 mil hectares, sendo que apenas 42 mil hectares (18% dos remanescentes) estão protegidos em unidades de conservação.

A restauração da vegetação nativa, principalmente de florestas, é apontada como uma estratégia unificadora para enfrentar alguns dos principais desafios socioambientais da atualidade, como as mudanças climáticas, a extinção das espécies e a escassez de água. O pesquisador Pedro Brancalion, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), faz uma ressalva importante: “A restauração pode, de fato, resultar em contribuições ambientais expressivas em todas essas frentes de ação, mas quase sempre de forma bastante incompleta em relação à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos de ambientes conservados”.

Ele explica que o sucesso da restauração varia em função dos métodos empregados, sendo impossível a recuperação plena de todos os benefícios almejados. “De forma geral, modelos de restauração mais simplificados de reflorestamento, como monocultivos comerciais e sistemas agroflorestais, maximizam a geração de um ou de poucos produtos florestais e agrícolas, ao passo que a restauração florestal, baseada em plantios diversos de espécies nativas e florestas regeneradas espontaneamente, maximiza os retornos para a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos”, conta.

O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação ocorre mensalmente, graças a uma parceria entre a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP). Os eventos são dirigidos aos legisladores, gestores públicos e demais interessados nos temas abordados. As inscrições podem ser feitas pela página do evento.

A transmissão será feita pelos canais da Alesp e do ILP no YouTube.

Mais informações em: fapesp.br/17157.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.