As inscrições são gratuitas (imagem: Temel/Pixabay)
Evento será realizado na Alesp na próxima segunda-feira, entre 15h e 17h, com transmissão ao vivo pelo YouTube
Evento será realizado na Alesp na próxima segunda-feira, entre 15h e 17h, com transmissão ao vivo pelo YouTube
As inscrições são gratuitas (imagem: Temel/Pixabay)
Agência FAPESP – O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação encerra o ano com um debate sobre a produção científica e as políticas públicas aplicadas tanto na prevenção como no tratamento de pessoas que vivem com o vírus HIV. Quatro décadas após o início da epidemia de HIV/Aids é importante celebrar as conquistas, mas ainda há muito a ser feito.
O avanço do conhecimento científico sobre a infecção possibilitou o desenvolvimento da prevenção combinada, uma estratégia que utiliza simultaneamente diferentes métodos e ações. A pesquisadora Lúcia Yasuko Izumi Nichiata, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP), detalha que essa abordagem inclui testes regulares para o HIV, prevenção da transmissão vertical – que ocorre quando o feto ou a criança são infectados durante a gestação, parto ou amamentação –, tratamento de infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais, imunização contra hepatites A e B, redução de danos para usuários de álcool e outras drogas, profilaxia pré-exposição (PrEP), profilaxia pós-exposição (PEP) e tratamento para todas as pessoas que vivem com HIV.
“Um dos principais desafios é implementar essa estratégia de prevenção nos 645 municípios do Estado de São Paulo, especialmente em áreas com populações vulneráveis socialmente. Ampliar o acesso à prevenção e analisar as barreiras e facilitadores para a implementação dessas ações em diferentes territórios são pontos cruciais para a eliminação da Aids”, diz.
O pesquisador Ricardo Sobhie Diaz, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), ressalta que hoje a expectativa de vida de uma pessoa vivendo com HIV é normal em comparação a quem não foi infectado pelo vírus. “A gente continua avançando para ter melhores tratamentos, mas o objetivo é viver num mundo sem HIV e Aids e, para isso, precisamos contar com uma vacina que possa prevenir e curar as pessoas que vivem cronicamente com o HIV”, diz. “Há pelo menos sete casos de pessoas curadas no mundo com transplante de medula e avançamos muito rapidamente para ter outras intervenções que sejam mais escaláveis e com menos efeitos colaterais.”
A aposta num tratamento que traga a cura em um futuro breve é aguardada com ansiedade, mas existem outras questões. “Ainda enfrentamos desafios significativos para alcançar a eliminação da Aids como problema de saúde pública. O estigma e a discriminação permanecem como barreiras importantes ao acesso às diversas estratégias de prevenção e tratamento oferecidas pelo Sistema Único de Saúde”, diz Rosa de Alencar Souza, do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP. Segundo ela, é necessário um esforço coletivo que aborde o estigma, combata as desigualdades e considere os determinantes sociais, aliando esses aspectos à inovação tecnológica acessível a todas as pessoas, em especial às mais vulnerabilizadas.
A edição de dezembro do Ciclo ILP-FAPESP ocorrerá no Plenário José Bonifácio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) na próxima segunda-feira (02/12), entre 15h e 17h. O endereço é av. Pedro Álvares Cabral, 201 – 1° andar.
Haverá transmissão ao vivo pelos canais da Alesp e do Instituto do Legislativo Paulista (ILP) no YouTube.
Mais informações e inscrições em: fapesp.br/17227.
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