Ciclo ILP-FAPESP debate os desafios da sustentabilidade urbana

Evento será na Alesp entre 15h e 17h, com transmissão ao vivo pelo YouTube

Agência FAPESP – A busca do desenvolvimento sustentável nas cidades demanda um amplo esforço voltado à obtenção de soluções para os desequilíbrios existentes. Diagnósticos bem elaborados são fundamentais para as transformações, que precisam levar em conta tanto a macro como a microescala urbana. Pesquisas aplicadas oferecem ferramentas para a implementação de políticas públicas que buscam impulsionar programas sustentáveis.

O tema será debatido na próxima segunda-feira (05/08), entre 15h e 17h, em mais um evento do Ciclo ILP FAPESP de Ciência e Inovação. No encontro, três pesquisadores vão propor abordagens para que os desafios impostos pelo impacto das ações humanas no ambiente urbano sejam enfrentados.

O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) é uma ferramenta para identificar os desafios e os avanços das cidades brasileiras a partir de cem indicadores de bases públicas. “Ele possibilita identificar ainda desigualdades territoriais no país a partir de diferentes escalas, desde o nível local, até o estadual, regional e nacional”, diz Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, que desenvolveu a metodologia.

O objetivo do instituto é, por um lado, mobilizar e, por outro, comprometer a sociedade e o poder público na busca do desenvolvimento justo e sustentável das cidades. Abrahão destaca a importância das cidades para responder aos desafios globais relacionados à redução de desigualdades, ao aprofundamento da democracia e ao combate aos efeitos das mudanças climáticas.

Segundo a arquiteta Karin Regina de Castro Marins, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a atuação no planejamento e na gestão urbana prescinde de instrumentos e processos adequados a várias escalas – elas vão das regiões aos bairros, ou seja, da macro à microescala urbana.

“Também requer uma abordagem interdisciplinar ou intersetorial, atuando de forma sistêmica sobre os desafios e potenciais das cidades, para promover a eficiência no uso dos recursos, o balanço ambiental e a qualidade de vida, mediante inclusão e participação social”, diz.

A pesquisadora explica que os bairros configuram unidades de planejamento e gestão para promoção da sustentabilidade urbana. Isso porque ocorrem nesses espaços o uso e a ocupação do solo, a oferta de infraestrutura e serviços urbanos, bem como a participação comunitária mais direta.

“A ciência, por meio de pesquisas aplicadas, é capaz de gerar evidências para elaborar políticas públicas urbanas mais eficientes, eficazes e justas”, diz José Antônio Puppim de Oliveira, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EASP-FGV). Em sua avaliação, a capacidade dos municípios e Estados de inovar e desenvolver políticas públicas para melhorar as condições de vida nas cidades é resultado de aprendizagem organizacional, que melhora, inova e dissemina o conhecimento. “Ciência, tecnologia e inovação são fundamentais para vencer os desafios da sustentabilidade urbana”, ressalta.

Promovido em parceria com o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), o Ciclo ILP FAPESP de Ciência e Inovação tem o objetivo de divulgar a ciência produzida em São Paulo e no Brasil e contribuir com a elaboração de políticas públicas em diversas áreas.

O debate de segunda-feira ocorrerá no Plenário José Bonifácio da Alesp, av. Pedro Álvares Cabral, 201 – 1° andar, Paraíso, São Paulo (SP). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na página do evento.

Também será possível acompanhar a discussão ao vivo pelos canais da Alesp e do ILP no YouTube.

Os participantes poderão encaminhar perguntas aos convidados do evento pelo e-mail [e-mail].