O Synechococcus é um dos grupos estudados pela pesquisa. Ele produz neurotoxinas
(foto: Depto. de Energia/EUA)

Cianobactérias produzem neurotoxinas
05 de abril de 2005

Em artigo publicado na PNAS, grupo de pesquisadores revela que 95% dos 30 gêneros de microrganismos analisados produzem uma substância tóxica que pode estar relacionada com o surgimento de doenças como Alzheimer e Parkinson em seres humanos

Cianobactérias produzem neurotoxinas

Em artigo publicado na PNAS, grupo de pesquisadores revela que 95% dos 30 gêneros de microrganismos analisados produzem uma substância tóxica que pode estar relacionada com o surgimento de doenças como Alzheimer e Parkinson em seres humanos

05 de abril de 2005

O Synechococcus é um dos grupos estudados pela pesquisa. Ele produz neurotoxinas
(foto: Depto. de Energia/EUA)

 

Agência FAPESP - As cianobactérias, microrganismos procariotos com estrutura celular semelhante à de uma bactéria, produzem neurotoxinas que podem afetar a saúde humana, mostra estudo publicado nesta segunda (4) pela Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O resultado surpreendeu o grupo de pesquisadores.

Os cientistas, com base na literatura, já sabiam que as cianobactérias produziam alguns tipos de substâncias tóxicas. Uma delas, que pode afetar o funcionamento do fígado em mamíferos, entretanto, havia sido detectada até hoje apenas em um único gênero desse grupo de microrganismos. A descoberta recém-publicada – o time com dez nomes tem representantes dos Estados Unidos, da Suécia e da Inglaterra – mostrou que no caso das neurotoxinas a situação é bem diferente.

Substâncias que podem estar relacionadas com o surgimento de doenças degenerativas como o mal de Parkinson ou de Alzheimer, além da doença de Lou Gehrig, apareceram em 95% dos 30 gêneros analisados pela pesquisa. Como as cianobactérias analisadas vivem em vários ambientes e em diferentes parte do mundo, a quantidade de espécies diferentes detectada pela pesquisa chamou bastante a atenção dos pesquisadores.

Sendo o grupo das cianobactérias um dos mais abundantes e espalhados geograficamente de todos os seres vivos, a chance de o homem ficar mais exposto a esse tipo de toxina é estatisticamente maior, asseguram os pesquisadores. Além disso, como o aquecimento global tem provocado picos de crescimento desse microrganismos, a descoberta feita agora tem importantes implicações ecológicas e também evolutivas. As cianobactérias são consideradas seres vivos bastante primitivos.

O contato com as toxinas produzidas pelos microrganismos analisados pode se dar, principalmente, pela alimentação. Sendo as cianobactérias produtoras primárias nos mares e na água doce, essas substâncias tóxicas podem se acumular ao longo da cadeia alimentar, até chegar aos seres humanos.

O artigo Diverse taxa of cyanobacteria produce beta-N-methylamino-L-alanine, a neurotoxic amino acid, de Paul Alan Cox e colegas, pode ser lido no site da PNAS, em www.pnas.org


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