Unesp desenvolve sistema de alerta sobre ocorrência de tempestades no Estado de São Paulo. Dados sobre a descrição das chuvas em uma determinada área são transmitidos via celular pelo custo de uma mensagem de texto (ilust.: Wordsworth Trust)

Chuvas intensas sob controle
19 de janeiro de 2007

Unesp desenvolve sistema de alerta sobre ocorrência de tempestades no Estado de São Paulo. Dados sobre a descrição das chuvas em uma determinada área são transmitidos via celular pelo custo de uma mensagem de texto

Chuvas intensas sob controle

Unesp desenvolve sistema de alerta sobre ocorrência de tempestades no Estado de São Paulo. Dados sobre a descrição das chuvas em uma determinada área são transmitidos via celular pelo custo de uma mensagem de texto

19 de janeiro de 2007

Unesp desenvolve sistema de alerta sobre ocorrência de tempestades no Estado de São Paulo. Dados sobre a descrição das chuvas em uma determinada área são transmitidos via celular pelo custo de uma mensagem de texto (ilust.: Wordsworth Trust)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Mediante um cadastro prévio, um sistema de alerta é acionado sempre que uma tempestade for detectada na área delimitada pelo usuário. Em seguida, uma mensagem de texto é enviada via celular com o objetivo de auxiliar na prevenção dos riscos causados por chuvas intensas.

Essa é a essência do sistema Alerta de Tempestades Via WAP, desenvolvido pelos analistas de informática Carlos Alberto de Agostinho e Simone Cincotto Souto, do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru, interior paulista.

O sistema, que utiliza a tecnologia WAP (Wireless Application Protocol, na sigla em inglês), um protocolo de comunicação usado para transportar aplicações de internet a aparelhos móveis, funciona a partir de um ponto pré-definido dentro da área de cobertura dos radares de tempo do IPMet, instalados nas cidades de Bauru e Presidente Prudente. O raio de cobertura é de 240 quilômetros para cada radar, área que abrange cerca de 70% do território paulista.

"O sistema é útil para profissionais em atividades de campo, em locais sem acesso à internet, que precisam saber da aproximação de uma tempestade que pode prejudicar seu trabalho", disse Agostinho à Agência FAPESP. Basta o usuário delimitar um ponto de referência no solo e os radares passam a monitorar as chuvas em um raio de até 60 quilômetros. Apenas as mensagens de texto do serviço são cobradas.

Segundo Agostinho, por mais rápida que seja a velocidade de deslocamento de uma tempestade, a distância de 60 quilômetros permite que o usuário tenha, no mínimo, 30 minutos para tomar alguma providência.

Uma função de alerta é gerada pelo sistema operacional dos radares após uma seqüência de varreduras na atmosfera, que ocorrem a cada sete minutos e meio. Ao identificar uma intensidade de chuva maior que 23 milímetros por hora – 23 litros de água por metro quadrado –, o sistema aciona o sinal de alerta e envia os dados ao celular.


Caracteres exclusivos

Os pesquisadores desenvolveram um sistema exclusivo de codificação para facilitar o entendimento dos dados, levando em conta a limitação dos caracteres nos aparelhos celulares.

"O raio de 60 quilômetros foi dividido em três anéis para que o usuário tenha noção da distância da tempestade: até 20, 40 e 60 quilômetros. Pontos cardeais e colaterais são utilizados para determinar a direção da tempestade. Desse modo, é possível saber, por exemplo, que a chuva está vindo da direção sudeste e se localiza no anel 40, ou seja, entre 20 e 40 quilômetros", disse Agostinho.

Em uma única mensagem, o usuário recebe o número de tempestades detectadas no ponto de interesse, além de sua direção e distância de aproximação. Os torpedos, que custam em média R$ 0,50, são enviados automaticamente à medida que as varreduras dos radares detectarem novas tempestades.

O analista de informática do IPMet ressalta que a proposta do sistema não é funcionar como um boletim de previsão de tempo. "Ele não oferece previsões, mas alertas sobre a situação instantânea das tempestades potencialmente severas", explica. Profissionais da defesa civil, de companhias de extração mineral, pessoas que trabalham em alto-mar e técnicos de empresas de energia elétrica e de construção civil são alguns usuários potenciais.

O próximo passo do trabalho será utilizar o mesmo sistema para transmitir imagens de satélite. "Estamos fazendo os primeiros testes para esse tipo de transmissão, cujas imagens são semelhantes às que vemos nos telejornais. Nesse caso, o usuário poderá visualizar toda a trajetória da tempestade. Mas, como a aplicação desse tipo de tecnologia tem um custo muito elevado, ainda estamos em busca de parcerias com operadoras de telefonia celular", explica Agostinho.

O sistema Alerta de Tempestades Via WAP foi um dos 15 projetos finalistas do Prêmio Mário Covas 2006, na categoria Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação.

Mais informações: www.ipmet.unesp.br ou telefone (14) 3103-6030.


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