Chuva ou sol?
25 de julho de 2005

Desenvolvimento tecnológico fez com que a meteorologia desse um grande salto de qualidade nas previsões. Para Maria Gertrudes Justi, da UFRJ, a polêmica agora é saber a quem cabe a comercialização de serviços

Chuva ou sol?

Desenvolvimento tecnológico fez com que a meteorologia desse um grande salto de qualidade nas previsões. Para Maria Gertrudes Justi, da UFRJ, a polêmica agora é saber a quem cabe a comercialização de serviços

25 de julho de 2005

 

Por Karin Fusaro, de Fortaleza

Agência FAPESP - Tempos atrás, mesmo se a previsão indicasse dia claro, não custava nada levar o guarda-chuva. Hoje não é mais assim. O aprimoramento de tecnologias espaciais e dos sistemas de comunicações tem resultado em informações muito mais precisas.

Os dados coletados por satélites estão disponíveis para que os profissionais da meteorologia realizem seus trabalhos. Mas a possibilidade de aplicar tais previsões em setores da economia, como agricultura ou turismo, e até da saúde pública levantam uma questão polêmica: a quem cabe o desenvolvimento e a comercialização de sistemas na área?

"Instituições públicas criam e vendem produtos meteorológicos numa concorrência desleal com a iniciativa privada", disse Maria Gertrudes Justi, presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à Agência FAPESP.

Durante a conferência Previsões meteorológicas no Brasil: Como se faz? Por que melhoraram tanto?, na 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza, no dia 22, a pesquisadora afirmou que a prática de vender previsões para emissoras de televisão, por exemplo, desvirtua o foco da instituição pública – que deveria ser a pesquisa – para o mercado.

A meteorologia sempre usou os meios de comunicação para transferir dados. Do telégrafo aos supercomputadores, a tecnologia levou a grandes saltos na evolução das previsões. Os novos chips, por exemplo, permitem que modelos numéricos sejam processados e aplicados com mais rapidez, aumentando o índice de acertos.

E quando a meteorologia não acerta? "Os dados precisam ser trabalhados localmente. Os fenômenos só fazem sentido se levadas em consideração as condições topográficas e especificidades de cada região", explica Maria Gertrudes.

Para a pesquisadora da UFRJ, a meteorologia hoje está demasiadamente centrada no desenvolvimento das previsões climáticas, ou seja, em antever as características das estações do ano.


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