Pensando o futuro da computação, evento promovido pela Microsoft Research e pela FAPESP teve início nesta quarta-feira (12/5), no Guarujá (SP), reunindo mais de 200 especialistas da América Latina na área
Pensando o futuro da computação, evento promovido pela Microsoft Research e pela FAPESP teve início nesta quarta-feira (12/5), no Guarujá (SP), reunindo mais de 200 especialistas da América Latina na área
Pensando o futuro da computação, evento promovido pela Microsoft Research e pela FAPESP teve início nesta quarta-feira (12/5), no Guarujá (SP), reunindo mais de 200 especialistas da América Latina na área
Pensando o futuro da computação, evento promovido pela Microsoft Research e pela FAPESP teve início nesta quarta-feira (12/5), no Guarujá (SP), reunindo mais de 200 especialistas da América Latina na área
Por Fábio Reynol, do Guarujá (SP)
Agência FAPESP – O estudo das mudanças climáticas, da astronomia, da física de altas energias, da telemedicina, da agronomia, dos trabalhos sobre a biodiversidade e de muitas outras áreas do conhecimento não conseguiriam avançar sem o apoio da computação.
O presente e o futuro da computação aplicada às ciências é o foco do debate no Faculty Summit 2010 América Latina, que teve início nesta quarta-feira (12/5) no Guarujá, no litoral paulista, reunindo mais de 200 especialistas em computação de 13 países.
O tema desta edição é “Computação: fazendo a diferença” e visa a promover a troca de experiências entre os participantes a fim de criar novas oportunidades para a inovação criativa promovida pela pesquisa científica no continente latino-americano.
Promovido pela Microsoft Research e pela FAPESP, o evento já está em sua sexta edição. Juntas, as duas instituições investiram R$3,5 milhões em trabalhos brasileiros da área de computação desde 2007, ano da criação do Instituto Microsoft Research FAPESP.
“A Microsoft é um dos melhores parceiros da FAPESP, porque compreende bem as diferenças entre a pesquisa acadêmica e a empresarial e com isso dá uma colaboração adequada ao pesquisador”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, durante a abertura do evento.
Um dos principais objetivos do evento, segundo ele, é aumentar a cooperação entre pesquisadores dentro da América Latina. “A colaboração que nós, pesquisadores latino-americanos, mantemos com europeus e norte-americanos é muito maior do que as parcerias entre nós mesmos”, apontou. De acordo com Brito Cruz, dos pesquisadores visitantes que o Estado de São Paulo recebe, uma pequena parte é de países latino-americanos.
Segundo o presidente da Microsoft do Brasil, Michel Levy, o país apresenta uma economia robusta e tem pela frente grandes desafios relacionados às áreas de educação, inovação e pesquisa. Para Levy, o desenvolvimento do Brasil esbarrará em um gargalo relacionado à área da computação: a falta de profissionais capacitados nessa área. “A estimativa é de que estejam faltando entre 30 mil e 50 mil profissionais especializados no país. São vagas que não são preenchidas porque não há gente capacitada para ocupá-las”, disse.
Por outro lado o país tem se mostrado um berço de talentos na área computacional. Na última competição mundial de computação promovida pela Microsoft entre estudantes de todo o mundo, o Brasil representou um quarto de todas inscrições.
Além da capacitação, o executivo da Microsoft ressaltou a importância da pesquisa e da inovação como chaves para o desenvolvimento do continente latino-americano. “Projetos como o da Microsoft Research e FAPESP podem levar a América Latina a um desenvolvimento social e econômico sustentável”, afirmou.
Foco na pesquisa
Carlos Alberto Aragão, presidente do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq), que também participou da mesa de abertura do evento, apresentou o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação dentro do qual destacou a FAPESP. “A FAPESP é a joia da coroa nesse sistema. Seu modelo foi copiado com êxito por muitas outras fundações estaduais de amparo à pesquisa no Brasil”, disse.
Tony Hey, vice-presidente corporativo da divisão External Research da Microsoft Reasearch, explicou o interesse da empresa na pesquisa. “Investimos nesse tipo de pesquisa desde 1991, quando era raro ver uma empresa investir em pesquisa pura”.
Na opinião de Hey, esse investimento tem trazido dividendos mesmo em áreas inesperadas. O desenvolvimento de um bloqueador de mensagens indesejáveis de e-mail – os chamados spams –, por exemplo, gerou um sistema que também se mostrou promissor para combater o vírus HIV.
O algoritmo é treinado para encontrar e caçar determinadas partes do spam, consideradas seus pontos fracos. O mesmo ocorre quando o vírus é analisado. “Essa foi uma descoberta inesperada e voltada a uma área que não estava sendo estudada – o que mostra a importância desse tipo de investimento para o país e para o mundo”, disse Hey.
Após a abertura, Brito Cruz fez a primeira apresentação do evento, intitulada “Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, na qual descreveu o histórico das políticas do setor e os resultados que elas trouxeram.
O diretor científico da FAPESP salientou a maturidade que o país adquiriu no desenvolvimento científico e tecnológico e a necessidade de se investir em todos os tipos de pesquisa, mesmo as que não representem retorno financeiro. “A ciência nem sempre tem um objetivo econômico ou mesmo prático. Também fazemos ciência para conhecer mais e para nos tornarmos mais sábios”, disse.
Lançado em 10 de abril de 2007, o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI é uma iniciativa pioneira no Brasil que associa os setores público e privado de modo a estimular a geração e a aplicação de conhecimento em tecnologias da informação e computação. A proposta do instituto é formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia de computação.
Mais informações: www.fapesp.br/microsoft
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