Pesquisadores descobrem que sinal cerebral enviado para os membros continua sendo emitido, muitos anos depois, mesmo depois de um acidente medular (imagem: Hospital Geral de Massachusetts)

Cérebro eletrônico
13 de julho de 2006

Em artigo na Nature, cientistas descrevem experiência feita nos EUA com tetraplégico. Após instalação de um chip no cérebro, paciente conseguiu desempenhar algumas ações, como abrir e-mail, apenas pensando nelas

Cérebro eletrônico

Em artigo na Nature, cientistas descrevem experiência feita nos EUA com tetraplégico. Após instalação de um chip no cérebro, paciente conseguiu desempenhar algumas ações, como abrir e-mail, apenas pensando nelas

13 de julho de 2006

Pesquisadores descobrem que sinal cerebral enviado para os membros continua sendo emitido, muitos anos depois, mesmo depois de um acidente medular (imagem: Hospital Geral de Massachusetts)

 

Agência FAPESP - Um homem tetraplégico de 25 anos, após a instalação de um chip em seu cérebro, conseguiu desempenhar algumas funções motoras apenas com o pensamento. A experiência, que ainda precisará ser muito aprimorada para chegar ao dia-a-dia dos hospitais, está relatada na edição desta quinta-feira (13/7) da revista Nature.

Um dos principais pontos do estudo é mostrar que o sinal enviado do cérebro para os membros permanece sendo emitido mesmo depois de um acidente. O paciente que participou dos testes teve rompida a coluna cerebral três anos antes do início da pesquisa.

Após a instalação do sensor cerebral, capaz de converter impulsos elétricos em sinais computadorizados, o paciente conseguiu interferir sobre um cursor presente na tela de um computador. Ele abriu e-mails, desenhou formas circulares e jogou uma rudimentar partida de videogame. Conseguiu ainda abrir e fechar uma mão robótica e até pegar e mover determinados objetos com ela.

"Esperamos que esses resultados aprofundem o controle sobre a comunicação cerebral e o meio externo para indivíduos com paralisia. Algum dia deverá ser possível combinar tudo isso com estímulos neuromusculares, para que o controle sobre os membros possa voltar", explica Leigh Hochberg, principal autor do trabalho publicado e pesquisador do Hospital Geral de Massachusetts, em comunicado da instituição.

O dispositivo eletrônico, desenvolvido especialmente para o experimento, foi implantado no córtex cerebral. Essa parte do cérebro está diretamente relacionada com movimentos do corpo. Para conseguir desempenhar as atividades previstas no experimento, o voluntário precisou de nove meses e 57 sessões de testes.

O artigo Neuronal ensemble control of prosthetic devices by a human with tetraplegia pode ser lido, por assinantes, no site da revista Nature, www.nature.com


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