Célula-tronco embrionárias (foto: Universidade de Wisconsin–Madison)
Durante o Encontro Internacional sobre Células-tronco, realizado em São Paulo, pesquisadores da área de anatomia discutem uma nova nomenclatura científica para facilitar o trabalho da ciência
Durante o Encontro Internacional sobre Células-tronco, realizado em São Paulo, pesquisadores da área de anatomia discutem uma nova nomenclatura científica para facilitar o trabalho da ciência
Célula-tronco embrionárias (foto: Universidade de Wisconsin–Madison)
Agência FAPESP - São 12 nomes de células-tronco em latim propostos. Eles foram encaminhados à Federação Internacional de Terminologia Anatômica, sediada no Reino Unido, que vai decidir sobre a viabilidade da proposta. Um dos autores da idéia, David Brynmor Thomas, da Universidade de St. Andrews, na Escócia, está em São Paulo, participando do Encontro Internacional Sobre Células-tronco, que termina no sábado (15/11).
Cellulae primordialis 2 e cellula epidermalis primordialis. Os dois exemplos, que em português se referem a, respectivamente, células-tronco e células primordiais da epiderme, constam da lista apresentada na abertura do simpósio. Segundo os responsáveis pela inovação, essa é a única forma de se padronizar as pesquisas científicas do setor. Com o uso desses nomes, todos os países, independentemente da língua, poderão falar sobre a mesma estrutura celular.
Segundo Liberato Di Dio, professor e pesquisador do Centro de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Santo Amaro (Unisa) e da Fundação Faculdade de Medicina, o caminho para a aprovação desse nomes não será muito longo. "Deve levar apenas alguns meses", disse à Agência FAPESP.
Segundo o anatomista, depois que os 20 membros da Federação Internacional de Terminologia Anatômica analisarem o caso, será aberto um grande debate. "Eles vão olhar do ponto de vista lingüístico e científico a terminologia e, em seguida, o processo será aberto para que todas as associações de anatomia do mundo, que são 63, possam se pronunciar", disse Di Dio. Nessa fase, as instituições poderão fazer as emendas que quiserem aos 12 novos termos. "Assim como a química, ou várias das outras ciências, precisamos ter uma nomenclatura para as células-tronco."
A decisão final sairá da Federação Internacional das Associações de Anatomistas, que é presidida por Brynmor Thomas e tem como secretário-geral Di Dio. "Haverá um votação para se aprovar a nova nomeclatura", disse o brasileiro. Segundo o anatomista, independente da aprovação, alguns trabalhos científicos publicados em revistas internacionais já estão adotando a nova terminologia em latim.
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