Células-tronco contra calvície
24 de março de 2004

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, conseguem transplantar células-tronco para induzir o crescimento de fios de cabelo. Descoberta pode ser aplicada também no tratamento de queimaduras

Células-tronco contra calvície

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, conseguem transplantar células-tronco para induzir o crescimento de fios de cabelo. Descoberta pode ser aplicada também no tratamento de queimaduras

24 de março de 2004

 

Agência FAPESP - A cura para a calvície pode estar nas células-tronco. Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiram isolar células-tronco responsáveis pelo desenvolvimento dos folículos capilares. A descoberta, acreditam, pode servir como base para novos tratamentos contra a queda de cabelo. Os resultados do estudo serão publicados na edição de abril da Nature Biotechnology.

O cabelo cresce a partir de células que residem na base do folículo capilar, pequenas estruturas tubulares que passam continuamente por um ciclo formado por fases de crescimento, repouso e novo crescimento. Em muitas pessoas, entretanto, os folículos não "respeitam" o ciclo e passam a ter longas fases de repouso, nas quais produzem apenas cabelos minúsculos e praticamente invisíveis.

Os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia suspeitavam que células-tronco localizadas dentro dos bulbos dos folículos fossem responsáveis pelo crescimento capilar. Para comprovar a teoria, empregaram técnicas de rotulagem celular de modo a rastrear as células durante o crescimento normal e isolá-las em ratos adultos.

Em seguida, transplantaram células na pele de ratos sem sistemas imunológicos, de modo que não rejeitassem o transplante. Em menos de quatro semanas, as células-tronco transplantadas deram origem a novos folículos capilares que, por sua vez, produziram novos fios de cabelo.

"Agora que conseguimos isolar as células-tronco envolvidas no crescimento capilar, podemos desenvolver maneiras de manipular esse crescimento", disse George Cotsarelis, professor de dermatologia da universidade norte-americana e líder da pesquisa. O pesquisador, entretanto, ressalta que ainda serão necessários pelo menos dez anos para que a técnica seja empregada com sucesso – e comercialmente – em humanos.

A descoberta tem implicações não apenas nos tratamentos contra a calvície, mas também em queimaduras da pele. "As células que isolamos tem uma enorme capacidade de proliferação e regeneração e também podem produzir células epidérmicas", disse Cotsarelis.


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