O eclipse da lua, na noite do dia 27, será um dos pontos altos da Semana de Ciência e Tecnologia no Brasil

Celebração da ciência
15 de outubro de 2004

A exemplo do que ocorre em outros países, o Brasil passa a comemorar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A partir de segunda (18/10), pesquisadores e o público geral poderão interagir em centenas de atividades por todo o país

Celebração da ciência

A exemplo do que ocorre em outros países, o Brasil passa a comemorar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A partir de segunda (18/10), pesquisadores e o público geral poderão interagir em centenas de atividades por todo o país

15 de outubro de 2004

O eclipse da lua, na noite do dia 27, será um dos pontos altos da Semana de Ciência e Tecnologia no Brasil

 

Agência FAPESP - Com a diferença de que em outros países as semanas nacionais de ciência e tecnologia costumam ter um grande tema a cada ano, elas ocorrem nos mesmos moldes do evento que será realizado pela primeira vez no Brasil. A partir de segunda-feira (18/10), em todas as regiões do país, institutos de pesquisa e universidades estarão mais próximos da sociedade, em centenas de eventos organizados especialmente para a inédita celebração científica.

Diferente de exemplos como o do Reino Unido, onde a semana é realizada há três décadas, que aproveitará o Ano Internacional da Física para fazer da disciplina o tema da celebração nacional em 2005, o Brasil fez uma convocação sem restrições temáticas às suas instituições. O resultado é que todas as áreas do conhecimento acabaram sendo contempladas, em evento que ganhou contornos a partir da iniciativa do Departamento de Popularização e Difusão de C&T do Ministério da Ciência e Tecnologia.

"O objetivo é divulgar a ciência. Para isso, temos que fazer um grande número de eventos em locais públicos e comunitários", disse Ildeu Castro Moreira, diretor do departamento, à Agência FAPESP. A afirmação é de quando a semana foi lançada, durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho em Cuiabá.

A programação final mostra que o objetivo inicial foi alcançado. Em dezenas de cidades, instituições científicas estarão se aproximando do público em geral. Em Salvador, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) irá abrir laboratórios, bibliotecas, auditório e o biotério da instituição. Palestras e minicursos serão monitorados por pesquisadores. No Rio de Janeiro, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) também abrirá suas portas para exposições, vídeos, experimentos de ciências, palestras e visitas guiadas.

A Universidade Federal de Minas Gerais fará visitas orientadas aos campi Pampulha e Saúde, ao Museu de História Natural, ao Jardim Botânico e ao Observatório da Serra da Piedade. A Universidade Estadual do Ceará estará realizando a 1ª Feira de Ciência, Cultura, Tecnologia e Inovação do Estado, para apresentar resultados obtidos nos projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos na instituição.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul irá mostrar como as tecnologias mais avançadas em robótica e inteligência artificial podem ser aplicadas em uma área de grande interesse para a população em geral: futebol. Em um campo de 1,8 metro por 2,7 metros, pesquisadores colocarão dois times de robôs para bater uma bolinha.

Na capital paulista, o Centro de Estudos do Genoma Humano, junto com o Instituto de Biociências e o Instituto de Biomédica, todos da Universidade de São Paulo, irão projetar filmes e ministrar uma série de palestras sobre a história da evolução. O Centro de Estudos da Metrópole, também escolheu um caminho semelhante. Serão exibidos filmes que retratam como é viver na cidade de São Paulo. As obras abordarão questões étnicas, religiosas e socioeconômicas.

A Universidade de Brasília (UnB) programou duas peças de teatro na cidade satélite de Taguatinga – Einstein e E agora Sr. Feynmann? –, além da instalação de um planetário inflável, emprestado pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins, que será montado no Centro Comunitário da universidade. Outra instituição federal que programou eventos em diversas cidades brasileiras, é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em ações que vão de palestras a peças de teatro.

A Agência Espacial Brasileira (AEB), aproveitando a sua presença em três capitais brasileiras – Brasília, Salvador e São Luís – preparou eventos em todas essas regiões. Durante a semana, o astronauta Marcos Pontes será um dos protagonistas das atividades. Em São Luís, ele participará da observação noturna "Brasil Olha para o Céu", que será realizada simultaneamente em diversas cidades.

Astronomia e astrofísica marcam forte presença na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O eclipse lunar da noite de 27 de julho, apesar de ocorrer após o encerramento oficial do evento, é um dos motivos da grande quantidade de ações direcionadas para o cosmos.

Em São Paulo, telescópios estarão espalhados pelo Parque do Ibirapuera, quando astronômos amadores e profissionais explicarão aos interessados o que estará ocorrendo. Mesmo que o céu esteja nublado, a população poderá acompanhar o fenômeno por televisões – as câmeras estarão instaladas em regiões afastadas, sem as luzes e a poluição atmosférica da metrópole. Em Curitiba, a observação astronômica será feita junto a índios guarani, na aldeia de Piraquara, em evento organizado pela Universidade Federal do Paraná.

Pelo menos em grande escala, o que não irá ocorrer na semana científica, ao menos nessa primeira edição, são campanhas de conscientização de determinados problemas ambientais. No evento realizada na Austrália em agosto, os organizadores deflagraram uma grande campanha para diminuir o uso de sacos plásticos, que contou com mais de 32 mil participantes.

Confira a programação completa da Semana Nacional de C&T em todo o país, com horários, datas e endereços das atividades, no endereço www.mct.gov.br/semanact


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