Carros ou grãos?
08 de novembro de 2004

Melhorar a eficiência dos veículos e, com isso, jogar menos carbono na atmosfera é um caminho muito mais viável do que seqüestrar o carbono dos campos de plantação. A conclusão é de um estudo feito na Universidade de Duke

Carros ou grãos?

Melhorar a eficiência dos veículos e, com isso, jogar menos carbono na atmosfera é um caminho muito mais viável do que seqüestrar o carbono dos campos de plantação. A conclusão é de um estudo feito na Universidade de Duke

08 de novembro de 2004

 

Agência FAPESP - Após concluirem seus cálculos, Robert Jackson e William Schlesinger, ambos pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, não têm dúvidas. Se eles tiverem que investir em políticas públicas para diminuir a emissão de carbono na atmosfera, processo que causa o aumento do efeito estufa, o melhor a fazer seria atacar a eficiência dos motores instalados nos carros e nos caminhões.

Pelo estudo recém-publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, a alternativa é muito mais viável do que tentar diminuir as emissões de carbono das plantações de grãos. O estudo feito apenas para os Estados Unidos – país que emite um quarto de todas as emissões de carbono do mundo apesar de ter apenas 5% da população – ratifica uma tendência científica observada nos grandes centros do planeta: a queima de combustível fóssil pelos carros é uma das grandes vilãs do ambiente atmosférico.

Os automóveis e os caminhões são responsáveis por 20% de todas as emissões de carbono norte-americanas. Portanto, observam os cientistas, ao dobrar a eficiência dos motores, o que já é possível com as tecnologias existentes, ter-se-ia um ganho de 10% no balanço das emissões.

Pelos cálculos realizados na Universidade de Duke, se todos os campos de plantação de grãos dos Estados Unidos fossem retirados para dar lugar à florestas que seqüestram carbono, a contribuição dessa impensável atitude seria muito pequena. As emissões de carbono, nesse caso, cairiam apenas 4%.

Apesar de os números serem absolutos, os próprios pesquisadores fazem questão de deixar um registro bem claro no final do artigo. Para eles, não se trata de escolher esse ou aquele caminho. No caso de controlar o aquecimento global, todas as estratégias são importantes.


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