Carbono transatlântico
16 de outubro de 2003

Estudo apresentando nesta quinta (16/10), em São Paulo, durante o XI Simpósio sobre Pesquisa Antártica, revela indícios de que as queimadas realizadas na América do Sul interferem no ecossistema do continente gelado

Carbono transatlântico

Estudo apresentando nesta quinta (16/10), em São Paulo, durante o XI Simpósio sobre Pesquisa Antártica, revela indícios de que as queimadas realizadas na América do Sul interferem no ecossistema do continente gelado

16 de outubro de 2003

 

Agência FAPESP - O carbono estrutural, ou "black carbon" como também é conhecido esse composto, costuma aparecer principalmente na atmosfera após a queima de combustíveis fósseis. As queimadas também provocam esse tipo de poluição, que pode ser sempre associada às ações antrópicas.

Um pico entre os meses de setembro e outubro na análise das concentrações de carbono estrutural feitas na Antártica, na campanha do ano passado, chamou a atenção do pesquisador Heitor Evangelista, professor do Departamento de Biofísica e Biometria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

"Como a maior atividade antrópica na Antártica é durante o verão, a nossa expectativa era que os índices de ‘black carbon’ fossem mais altos nesse período", disse Evangelista. O cientista esteve nesta quinta (16/10) no Instituto de Geociências da USP para apresentar o seu trabalho – realizado em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – no XI Simpósio sobre Pesquisa Antártica.

"No verão realmente encontramos mais "black carbons". Mas o pico de setembro nos surpreendeu", disse. Os dados obtidos pelos pesquisadores brasileiros são corroborados por um estudo feito por uma equipe alemã, que também encontrou o mesmo pico em setembro, quando ainda não é verão ao redor do Pólo Sul.

Baseados também em outras análises a serem aprofundadas agora, na nova campanha antártica com início no próximo mês, os cientistas do Rio de Janeiro vão tentar provar uma forte hipótese de trabalho. "A América do Sul contribui bastante para o aumento das concentrações de ‘black carbon’ na Antártica. Existem fortes indícios que esses picos de setembro e outubro estão relacionados com as queimadas no continente sul-americano", disse Evangelista à Agência FAPESP .


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