Pedro Mirra, coordenador Registro de Câncer de São Paulo (foto: FSP/USP)
Com o crescente envelhecimento da população na capital paulista, aumentam também os casos de câncer, como mostra estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Alimentação e cigarro são os fatores que mais contribuem para o aparecimento de tumores malignos
Com o crescente envelhecimento da população na capital paulista, aumentam também os casos de câncer, como mostra estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Alimentação e cigarro são os fatores que mais contribuem para o aparecimento de tumores malignos
Pedro Mirra, coordenador Registro de Câncer de São Paulo (foto: FSP/USP)
Agência FAPESP - Junto com o envelhecimento crescente da população de São Paulo, aumentam os registros de câncer. Traçar um perfil da doença e sua evolução entre 1997 e 1999 foi o objetivo do estudo "Aspectos epidemiológicos do câncer no Município de São Paulo: fatores de risco", feito por médicos do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).
"O aumento do número de casos se deve ao fato de a população estar se tornando mais velha, expondo-se mais aos fatores de risco. Em 1980, 6,3% da população tinha mais de 60 anos. Em 1999, essa parcela pulou para 9,3%", disse o coordenador do Registro de Câncer de São Paulo, Antonio Pedro Mirra, à Agência FAPESP.
Segundo os dados tabulados pelo Registro de Câncer de São Paulo, nos três anos do estudo a incidência da doença na cidade ficou em 498,7 casos por 100 mil habitantes entre os homens e 401,7 casos por 100 mil entre as mulheres. O estudo revelou que a taxa de mortes por câncer aumentou de 13,8% em 1990 para 16,2% em 1999. Entre 1930 e 1999, a mortalidade provocada pela doença teve um crescimento de 300%.
"Os casos detectados de tumores de próstata foram os que mais aumentaram, devido ao crescimento do número de exames de prevenção e da maior freqüência nos diagnósticos", disse Mirra. Outros tipos de câncer comuns em homens são os de pulmão, estômago, cólon e bexiga. Entre as mulheres, o mais comum verificado em São Paulo é o de mama, seguido pelos cânceres de colo de útero, cólon, estômago e tireóide.
"Um dos maiores objetivos da Organização Mundial da Saúde é a organização de programas específicos para o controle do tabagismo, pois o cigarro atua em diferentes tipos de tumores", disse Mirra. Segundo ele, outra forma de coibir a proliferação de tumores é a alimentação saudável.
O estudo constatou ainda que hábitos sexuais e fatores reprodutivos interferem no aparecimento de cânceres de mama, colo de útero e próstata. Os de estômago e cólon estão mais relacionados aos hábitos alimentares.
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