Cientistas conseguem produzir camundongos geneticamente modificados capazes de correr o dobro da distância até se cansarem
(foto: UCSD)
Um grupo de cientistas de três universidades norte-americanas consegue modificar geneticamente camundongos comuns em animais capazes de correr o dobro da distância até se cansarem
Um grupo de cientistas de três universidades norte-americanas consegue modificar geneticamente camundongos comuns em animais capazes de correr o dobro da distância até se cansarem
Cientistas conseguem produzir camundongos geneticamente modificados capazes de correr o dobro da distância até se cansarem
(foto: UCSD)
Em um artigo publicado na edição de 24 de agosto do periódico PLoS Biology, os pesquisadores afirmam que a habilidade dos camundongos geneticamente modificados em produzir energia por meio do metabolismo anaeróbico – o processo bioquímico utilizado em exercícios intensos com duração mais prolongada – ofereceu aos animais uma capacidade extraordinária para praticar exercícios por longos períodos.
Em testes feitos em laboratório, enquanto os exemplares comuns nadaram por cerca de 150 minutos antes da exaustão, os "camundongos olímpicos" continuaram por mais 45 minutos. Nos testes de corrida, o ganho foi ainda maior, tendo os animais geneticamente modificados conseguido correr o dobro da distância até se cansarem. Mas o esforço demasiado teve um alto preço. Depois de quatro dias de exercícios, os animais apresentaram um nível de problemas musculares muito maior e não conseguiam mais correr ou nadar tanto quanto os outros.
"É uma faca de dois gumes. Ao alterar a maneira como os músculos respondem a baixos níveis de oxigênio, conseguimos desenvolver músculos que parecem ser mais adaptados a longos tempos de exercícios aeróbicos", disse Randall S. Johnson, professor de biologia na Universidade de Califórnia em San Diego (UCSD) e líder do estudo, em comunicado da instituição. "Mas esses músculos também se danificam mais facilmente do que os normais durante os exercícios. Precisamos agora verificar os motivos disso."
A descoberta é de grande importância não apenas para os fisiologistas que estudam formas de aumentar a resistência humana, mas para pesquisas de tratamentos contra problemas degenerativos, como a doença de McArdle, na qual os portadores se cansam mais facilmente durante exercícios por uma deficiência na produção de energia pelo metabolismo anaeróbico.
O estudo foi conduzido com financiamento do National Institutes of Health por Johnson e outros dez pesquisadores das universidades da Califórnia em San Diego, Yale e Harvard.
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