Produção de biocombustíveis não apresenta barreiras técnicas, mas há muitas oportunidades para melhorar os processos para fabricá-los e diversificá-los, diz Chris Somerville, da Universidade da Califórnia em Berkeley (foto:Eduardo Cesar/FAPESP)
Produção de biocombustíveis não apresenta barreiras técnicas, mas há muitas oportunidades para melhorar os processos para fabricá-los e diversificá-los, diz Chris Somerville, da Universidade da Califórnia em Berkeley
Produção de biocombustíveis não apresenta barreiras técnicas, mas há muitas oportunidades para melhorar os processos para fabricá-los e diversificá-los, diz Chris Somerville, da Universidade da Califórnia em Berkeley
Produção de biocombustíveis não apresenta barreiras técnicas, mas há muitas oportunidades para melhorar os processos para fabricá-los e diversificá-los, diz Chris Somerville, da Universidade da Califórnia em Berkeley (foto:Eduardo Cesar/FAPESP)
Por Elton Alisson, de Campos do Jordão
Agência FAPESP – Atualmente, não existem barreiras técnicas para a produção de biocombustíveis. Mas ainda há muitas oportunidades para melhorar fundamentalmente os processos para fabricá-los e diversificá-los.
A avaliação é de uma das principais referências mundiais em pesquisas sobre biocombustíveis, Chris Somerville, diretor do Instituto de Biociências e Energia (EBI, na sigla em inglês) da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
O cientista participou da 1st BBEST – Conferência Brasileira de Ciência e Tecnologia em Bioenergia (Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference). O evento, realizado em agosto em Campos do Jordão, reuniu cerca de 700 pesquisadores e representantes de empresas do Brasil e de 21 países para discutir recentes avanços científicos e tecnológicos, negócios e políticas para o desenvolvimento do setor.
De acordo com Somerville, hoje os processos de produção de etanol de celulose, cana-de-açúcar ou de milho apresentam muitas ineficiências. Em função disso, a produção eficiente de combustíveis celulósicos por rotas diferentes da gaseificação exigirá a inovação na produção sustentável, na despolimerização e na conversão de matérias-primas em combustíveis líquidos.
“Há muitas rotas diferentes para melhorar os processos para a produção de combustíveis celulósicos. Porém, devido às interdependências dos elementos no trajeto total do processo de conversão da biomassa em combustíveis, a pesquisa sobre processos aperfeiçoados de produção de biocombustíveis ainda está em um estágio preliminar de maturidade técnica”, disse.
Entre os temas atuais de pesquisas realizadas para aprimorar o processamento de matérias-primas para a produção de biocombustíveis o cientista listou a despolimerização da lignina e sua conversão em biocombustíveis e o uso de celobiose em vez de glicose para a conversão da xilose em etanol.
“Como as plantas podem ser utilizadas em grande escala para capturar e armazenar energia solar, um dos caminhos para se mover em direção ao desenvolvimento de fontes de energia de baixo carbono é converter sua biomassa em combustíveis”, disse.
“Em função disso, há um interesse renovado em identificar plantas que apresentem ótima acumulação de biomassa e compreender as fases de produção, associadas com o cultivo em grande escala e a colheita sustentável dessas espécies”, disse.
Pesquisas nos Estados Unidos
Segundo Somerville, nos Estados Unidos, desde quando entrou em vigor a lei que definiu a produção e uso de biocombustíveis – a Renewable Fuel Standard (RFS2), que integra o Ato de Segurança Energética de 2007 (Energy Security and Independence Act of 2007) –, a produção de biocombustíveis tem se expandido rapidamente.
As novas regulamentações estabelecem um consumo mínimo de 45 bilhões de litros de biocombustíveis nos Estados Unidos a partir de 2010, chegando a pelo menos 136 bilhões de litros em 2022.
Dessa quantidade final, quase 80 bilhões de litros por ano devem ser destinados aos três tipos de combustíveis considerados avançados: celulósico, diesel de biomassa e “outros avançados” – para cumprir os níveis de redução de gases de efeito estufa estipulados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês).
Para atingir a meta de produção de combustível renovável para 2022, o país deverá antecipar a construção de nove biorrefinarias para produção de etanol celulósico ou de outro biocombustível a partir da biomassa lignocelulósica, que estavam previstas para começar a ser construídas somente a partir do ano que vem.
De acordo com Somerville, a primeira a entrar em operação será a de Vercipia Biofuels, em Tampa, na Flórida, que começou a ser construída em 2011 e deverá iniciar a produção de etanol a partir de gramínea em 2013, quando produzirá por volta de 36 milhões de galões por ano.
A biorrefinaria pertence à companhia de energia British Petroleum (BP), que, em 2007, concedeu US$ 500 milhões por um período de mais de dez anos para iniciar as atividades do instituto de pesquisa em biociências e energia que Somerville dirige.
“O objetivo do EBI é explorar a aplicação do conhecimento biológico moderno para o setor de energia, desenvolvendo pesquisas em áreas como a de combustíveis celulósicos, microbiologia do petróleo, biolubrificantes e biossequestro de carbono”, destacou.
Uma das matérias-primas mais promissoras estudadas pelo grupo de pesquisadores liderado pelo cientista norte-americano para produzir etanol celulósico é uma grama nativa dos Estados Unidos, chamada de “planta perene”, que requer baixo investimento em insumos agrícolas e ajuda a capturar o carbono da atmosfera.
A 1st BBEST teve apoio da FAPESP, BIOEN-FAPESP, CNPq, Capes, CTBE, UNICA, Braskem, Embraer, BP Biofuels Brazil, Monsanto e Oxiteno.
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