Grande parte das espécies de rãs das montanhas da Costa Rica foram extintas por causa do aquecimento global
(foto: Forrest Brem)
A extinção em massa de rãs do gênero Atelopus, há 17 anos nas montanhas da Costa Rica, é resultado do aquecimento global, afirma estudo publicado nesta quinta-feira (12/1) na revista Nature
A extinção em massa de rãs do gênero Atelopus, há 17 anos nas montanhas da Costa Rica, é resultado do aquecimento global, afirma estudo publicado nesta quinta-feira (12/1) na revista Nature
Grande parte das espécies de rãs das montanhas da Costa Rica foram extintas por causa do aquecimento global
(foto: Forrest Brem)
Sabia-se que a causa direta desse desequilíbrio ecológico havia sido o ataque de um fungo, o Batrachochytrium dendrobatidis. Mas, mesmo com a correlação estabelecida, sempre houve uma dúvida. Por que os fungos conseguiram tanto sucesso em sua estratégia de ataque aos anfíbios costarriquenhos?
Pesquisa publicada nesta quinta-feira (12/1), na revista Nature, é taxativa: o responsável por esse desequilíbrio é o homem. As alterações de temperatura nas altitudes entre 1 mil e 2,4 mil metros, provocadas pelo aquecimento global, facilitaram o ataque dos fungos.
Segundo o artigo assinado por Alan Pounds, do Centro de Preservação Tropical da Floresta Úmida de Monteverde, na Costa Rica, e colaboradores, duas situações ambientais que ocorreram na região ajudam a explicar o encontro fatal.
O clima mais quente ou seco – os dados mostram que houve uma diminuição entre as temperaturas máximas e mínimas -causou maior estresse sobre os anfíbios, que teriam ficado mais suscetíveis a doenças.
O outro fato é que os dias mais quentes também beneficiaram os fungos apenas naquelas altitudes, onde as temperaturas costumam ser mais baixas. Ou seja, os fungos encontraram um clima altamente favorável. Nas terras baixas e nos desertos estava muito quente. Em altitudes maiores, frio intenso.
Para correlacionar o fenômeno regional com as mudanças globais, os pesquisadores utilizaram dados de perda de calor entre a superfície do oceano e a atmosfera. Ao usarem testes estatísticos para ligar um fenômeno ao outro, conseguiram um alto índice de confidência, 99%.
"Essa forte sinergia entre transmissão do patógeno e mudanças climáticas pode ser vista também como preocupante para a saúde humana", escreveu Andrew Blaustein, da Universidade do Estado de Oregon, Estados Unidos, em comentário na mesma edição Nature.
"As rãs estão emitindo um sinal de alarme para todos, indicando que devemos nos preocupar com o futuro da biodiversidade e com a proteção do maior de todos os recursos que está ao alcance de todos: a atmosfera", disse Blaustein.
O artigo Widespread amphibian extinctions from epidemic disease driven by global
Warming pode ser lido, por assinantes, no endereço www.nature.com
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