Estudo analisa a ingestão de cafeína como fator de risco para a osteoporose (foto: Embrapa)

Cafezinho amargo
23 de novembro de 2005

Estudo analisa a ingestão de cafeína como fator de risco para a osteoporose. Cobaias que ingeriram apenas café tiveram perda de cálcio pela urina 21% maior do que as que consumiram água

Cafezinho amargo

Estudo analisa a ingestão de cafeína como fator de risco para a osteoporose. Cobaias que ingeriram apenas café tiveram perda de cálcio pela urina 21% maior do que as que consumiram água

23 de novembro de 2005

Estudo analisa a ingestão de cafeína como fator de risco para a osteoporose (foto: Embrapa)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) verificou que a cafeína pode ser um indutor da osteosporose. Os pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) chegaram à conclusão com base em testes realizados em ratos.

Um casal de ratos foi submetido à ingestão de café no lugar da água. Em seguida, as cobaias cruzaram para que os filhotes pudessem nascer adaptados somente ao consumo da bebida. A ninhada de 15 ratos foi comparada a um grupo controle que permaneceu recebendo água.

Ao atingir a idade adulta, os animais tiveram sangue e urina colhidos e, em seguida, foram sacrificados para a análise da dosagem de cálcio nos ossos. "Os resultados mostraram uma perda de cálcio pela urina, nos ratos que ingeriram café, 21% maior do que no outro grupo", disse Suzie Aparecida de Lacerda, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, à Agência FAPESP.

Também foi verificada uma perda de 5% de cálcio nos ossos dos animais tratados apenas com café. Esses valores são considerados significativos para um animal com estrutura óssea pequena e para o pouco tempo de estudo. As análises contaram com a participação dos docentes da Forp Plauto Watanabe, Luiz Brentegani e Sérgio Petenusci.

Um grupo de fêmeas que não foi sacrificado está servindo de base para uma segunda etapa da pesquisa. Aos seis meses de vida elas foram castradas para estimular a menopausa, outro fator de risco da osteoporose.

Os pesquisadores ressalvam que é incorreto fazer qualquer relação entre os resultados obtidos com os ratos com a realidade dos seres humanos. "O correto é dizer que a cafeína é um dos fatores que podem causar a osteoporose. Nenhuma doença ocorre apenas pela presença de um fator de risco", destaca Suzie.

A pesquisadora explica que é preciso haver uma somatória dessas variáveis para saber exatamente quanto cada uma pode influenciar no aparecimento da doença. "Nos seres humanos estão presentes muitos outros fatores de risco para osteoporose, como sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool, baixa ingestão de cálcio, baixa massa óssea corpórea e tendência familiar", completa.


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