Foto: Earth Science World

Cada vez mais escassa
09 de outubro de 2003

Nova edição da revista Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, analisa a conservação ambiental da água visando um desenvolvimento sustentável dos recursos hidrológicos no Brasil

Cada vez mais escassa

Nova edição da revista Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, analisa a conservação ambiental da água visando um desenvolvimento sustentável dos recursos hidrológicos no Brasil

09 de outubro de 2003

Foto: Earth Science World

 

Agência FAPESP - Com o tema "Gestão das Águas", a nova edição da revista Ciência e Cultura, publicação trimestral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), promove uma reflexão sobre os riscos de escassez de água. Segundo a revista, problema está atrelado ao desperdício, à poluição, à contaminação industrial e à falta de políticas públicas educacionais que levem a uma cultura de preservação.

No artigo Ciclo hidrológico e gerenciamento integrado, o presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, José Galizia Tundisi, ressalta a importância da água como parte integrante do planeta. "Sem água a vida na Terra seria impossível. A água é o recurso natural mais importante e dinamiza todos os ciclos ecológicos", disse. O autor destaca ainda que 97% da água do planeta está nos oceanos e não pode ser utilizada para irrigação ou uso doméstico.

A solução, segundo Tundisi, seria fazer um gerenciamento integrado dos recursos hídricos em nível local, regional, nacional e internacional, para que sejam resolvidos os problemas econômicos relacionados com a disponibilidade da água, a produção de alimentos e o tratamento de efluentes industriais.

Aldo Rebouças, geólogo e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), também participa da reflexão. "Sem água não há como fazer guerra nem produzir alimentos para combater a fome", diz no artigo A sede zero. Assim, segundo ele, é imprescindível criar e fortalecer uma ética da água, que implicaria em produzir cada vez mais com cada vez menos água, protegendo os sistemas aquáticos.

"Enquanto ninguém se preocupar em dar um uso cada vez mais eficiente à gota d’água disponível, tanto nas cidades quanto na agricultura, não será possível considerar a água como uma mercadoria", escreve Rebouças em seu artigo.


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