Buraco teimoso
19 de dezembro de 2005

Com dados do satélite Aura, cientistas da Nasa calculam que o buraco de ozônio sobre a Antártica aumentou em relação a 2004. A variação foi pequena, mas interrompe a queda esperada pela redução dos gases estufa

Buraco teimoso

Com dados do satélite Aura, cientistas da Nasa calculam que o buraco de ozônio sobre a Antártica aumentou em relação a 2004. A variação foi pequena, mas interrompe a queda esperada pela redução dos gases estufa

19 de dezembro de 2005

 

Agência FAPESP - O buraco de ozônio sobre a Antártica aumentou em relação ao ano passado. No período de maior intensidade, do fim de setembro a meados de outubro, o tamanho chegou a 24,3 milhões de quilômetros quadrados, quase três vezes a área do Brasil. Em 2004, a área desprovida de proteção aos raios ultravioleta atingiu 24 milhões de quilômetros quadrados.

Os números foram divulgados pela Nasa, a agência espacial norte-americana, e obtidos a partir de dados enviados pelo satélite Aura, lançado em julho de 2004 para o estudo do composição química da atmosfera terrestre.

Com o satélite, os cientistas esperam conseguir um melhor acompanhamento do buraco de ozônio, cujos registros do tamanho a cada primavera antártica trazem grandes diferenças, dependendo dos mecanismos empregados na observação.

Segundo a Nasa, o maior tamanho registrado foi em 1998, quando o buraco de ozônio passou dos 26 milhões de quilômetros quadrados. Em 10 dos últimos 12 anos a área atingiu mais de 20 milhões de quilômetros quadrados. Antes de 1985, o máximo era de 10 milhões. Desde as primeiras observações por satélite, em 1979, o buraco tem crescido.

A aparente boa notícia é que, com a diminuição dos gases que provocam o efeito estufa pelos países industrializados – que incluiu a proibição de compostos químicos mais prejudiciais –, o buraco de ozônio tem permanecido longe do recorde de 1998.

Mas a velocidade da queda tem sido pequena e estudos recentes estimam que a recuperação total da área desprotegida não ocorrerá antes de 2050. Com a elevação registrada este ano, a recuperação parece estar ainda mais distante.

Mais informações: http://aura.gsfc.nasa.gov.

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