Apesar de ser o bioma mais devastado do Brasil, a Mata Atlântica não pára de surpreender. Iniciativas de preservação têm resultados importantes, como mostra livro lançado na terça-feira (28/3), na COP 8 (foto: Educar)

Bravura verde
29 de março de 2006

Apesar de ser o bioma mais devastado do Brasil, a Mata Atlântica não pára de surpreender. Iniciativas de preservação têm resultados importantes, como mostra livro lançado na terça-feira (28/3), na COP 8

Bravura verde

Apesar de ser o bioma mais devastado do Brasil, a Mata Atlântica não pára de surpreender. Iniciativas de preservação têm resultados importantes, como mostra livro lançado na terça-feira (28/3), na COP 8

29 de março de 2006

Apesar de ser o bioma mais devastado do Brasil, a Mata Atlântica não pára de surpreender. Iniciativas de preservação têm resultados importantes, como mostra livro lançado na terça-feira (28/3), na COP 8 (foto: Educar)

 

Por Eduardo Geraque, de Curitiba

Agência FAPESP - Desde 1970, nomes consagrados do meio científico e ambiental, como Paulo Nogueira-Neto e Ibsen de Gusmão Câmara, carregam a bandeira da preservação da Mata Atlântica, ecossistema que conta com apenas 7% da sua cobertura vegetal – ou 15%, de acordo com cálculos recentes feitos pelo Instituto Florestal de São Paulo, que consideram fragmentos menores. Mas os esforços pela preservação, apesar das inúmeras pressões que ainda existem, começam a ser recompensados.

"Estudos em andamento, que serão divulgados até o meio do ano, mostram que existe um processo de regeneração importante, pelo menos em algumas áreas específicas", disse à Agência FAPESP a ambientalista Miriam Prochnow, uma das autoras do livro Mata Atlântica – Uma rede pela floresta, lançado nesta terça-feira (28/3), em Curitiba, na Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 8)

A obra, publicada pela Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), reúne textos de acadêmicos e representantes do terceiro setor e oferece ao leitor acesso a um panorama detalhado da situação do bioma nos 17 estados em que ocorre no Brasil.

"Em regiões como o Vale do Ribeira, no sul de São Paulo, ou o Vale do Itajaí, no interior de Santa Catarina, há fragmentos regenerados. Claro que não são florestas primárias, mas são áreas em recuperação", explica Miriam. Ainda que as notícias sejam positivas, em termos de preservação da biodiversidade brasileira os resultados não podem ser extrapoladados para todas as regiões.

"Apesar de a floresta ser corajosa, e insistir em sobreviver, algumas regiões ainda registram grandes áreas de desmatamento. Uma delas, por exemplo, está na divisa do Paraná com Santa Catarina, onde existe um grande impacto sobre as florestas de araucária", explica a também coordenadora geral da RMA, que reune 372 organizações não-governamentais.

As surpresas vindas da Mata Atlântica nos últimos anos surgiram basicamente de projetos científicos, como também mostra o livro. "Ainda há muito a descobrir, mesmo com a área reduzida do bioma", disse Miriam. Uma das próximas novidades, segundo a autora, pode vir do Sul. "Tudo indica que duas novas espécies de bromélias foram descobertas entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina", adianta.

No dia 25, centenas de pessoas participaram de mobilização no centro de Curitiba pedindo principalmente pela aprovação do Projeto de Lei da Mata Atlântica, que tramita há 13 anos no Congresso. O texto, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa da Mata Atlântica, foi aprovado no Senado em 14 de fevereiro e entrou na pauta da Câmara dos Deputados nesta terça-feira.

Mata Atlântica – Uma rede pela floresta custa R$ 50 e pode ser adquirido com a própria RMA, pelo site www.rma.org.br.

Mais informações sobre a COP 8: www.biodiv.org e www.cdb.gov.br


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