O telescópio deverá estar pronto em abril (foto: Consórcio Soar)

Brasileiro assume presidência do Consórcio Soar
09 de setembro de 2003

O astrofísico da USP João Steiner vai dirigir o conselho diretor do consórcio responsável pela construção do telescópio Soar, que está sendo montado nos Andes chilenos

Brasileiro assume presidência do Consórcio Soar

O astrofísico da USP João Steiner vai dirigir o conselho diretor do consórcio responsável pela construção do telescópio Soar, que está sendo montado nos Andes chilenos

09 de setembro de 2003

O telescópio deverá estar pronto em abril (foto: Consórcio Soar)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Depois da inauguração do telescópio Gemini, em janeiro, o próximo salto tecnológico da astronomia internacional será a inauguração de outro telescópio, o Soar, que terá 4,2 metros de altura. Para desenvolver tal empreendimento, que começará a funcionar em abril de 2004, os países envolvidos com a construção do equipamento criaram um consórcio, dirigido por um conselho de nove pessoas, sendo três brasileiros.

"O Consórcio Soar tem por objetivo construir e operar o telescópio", disse João Steiner à Agência FAPESP. O astrofísico e professor da Universidade de São Paulo (USP) é o mais novo presidente do conselho diretor do consórcio Soar. O grupo é formado pelas instituições que investiram recursos no projeto.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tem 34% de participação. Do lado norte-americano, estão também no projeto a National Science Foundation (com 33% de participação), a Universidade da Carolina do Norte (19%) e a Universidade do Estado de Michigan (14%).

"A parte brasileira foi financiada pelo CNPq, que investiu US$ 10 milhões, e pela FAPESP, que financiou US$ 2 milhões", disse Steiner. O custo total, apenas da construção do telescópio Soar, é de US$ 28 milhões. Mais dinheiro será necessário para custear a operação do equipamento, que será montado próximo à cidade chilena de La Serena, no norte do Chile. Nessa fase, outras agências de fomento à pesquisa estaduais do Brasil também irão aportar recursos.

De acordo com as regras de formação do Consórcio Soar, o Brasil terá direito a usar o equipamento em 31% do tempo disponível. Como o Chile tem direito a 10%, por receber o Soar em seu território, as entidades norte-americanas que participam do projeto vão partilhar os outros 59% do tempo que o Soar estiver em funcionamento.

"Os trabalhos do consórcio estão bem avançados e o telescópio deverá ser inaugurado em abril", disse Steiner. Segundo o pesquisador brasileiro, a importância do telescópio para a astronomia internacional é muito grande.

"Ele vai rivalizar com o telescópio espacial Hubble em muitos aspectos", disse Steiner. Para o cientista, a astronomia brasileira terá um instrumento que estará na vanguarda da pesquisa para os próximos 30 anos. "Este será o principal instrumento dos sete programas de pós-graduação em Astronomia existentes no Brasil".


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