Célia Garcia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, será a nova chair da Comissão de Assuntos Internacionais da principal associação de biologia celular do mundo (Pesquisadora durante palestra apresentada na SPCell, em 2018 / foto: Daniel Antonio, Agência FAPESP)

Brasileira presidirá comissão da American Society for Cell Biology
30 de setembro de 2019

Célia Garcia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, será a nova chair da Comissão de Assuntos Internacionais da principal associação de biologia celular do mundo

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Célia Garcia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, será a nova chair da Comissão de Assuntos Internacionais da principal associação de biologia celular do mundo (Pesquisadora durante palestra apresentada na SPCell, em 2018 / foto: Daniel Antonio, Agência FAPESP)

 

Karina Toledo | Agência FAPESP – A professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) Célia Regina da Silva Garcia foi indicada para a presidência da Comissão de Assuntos Internacionais (IAC, na sigla em inglês) da American Society for Cell Biology (ASCB), principal associação de biologia celular do mundo.

Garcia, que nos últimos anos tem se dedicado a entender como o parasita causador da malária se comunica com as células hospedeiras e regula seu ciclo de vida, será a primeira pessoa do Brasil a ocupar o cargo.

De acordo com a pesquisadora, a Comissão de Assuntos Internacionais da ASCB tem como principal objetivo a construção de pontes entre pesquisadores de todos os continentes, visando promover novas lideranças, intercâmbios científicos globais e também contribuir para o desenvolvimento de capacidades em biologia celular.

“A ASCB faz um trabalho fantástico na promoção de trabalhos de biologia celular de alta qualidade em temas amplos, com alto nível de inclusão, defendendo políticas de pesquisa e inspirando a educação em biologia celular. Meu objetivo como chair da Comissão de Assuntos Internacionais será fortalecer ainda mais essas pontes e criar novas sinergias internacionais, promover a divulgação, o compartilhamento de oportunidades, de ideias e de cooperação produtiva”, disse.

Graduada em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Garcia concluiu mestrado e doutorado em Biofísica na mesma instituição, com estágios no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e na University of Pacific – ambos nos Estados Unidos. Realizou ainda pesquisas de pós-doutorado no King’s College e no Babraham Institute, ambos no Reino Unido, e no National Institute of Bioscience and Human Technology, no Japão.

Além de investigar os sinais químicos envolvidos na comunicação patógeno-hospedeiro, seu laboratório na FCF-USP também se dedica à descoberta de novos fármacos antimaláricos, por meio da triagem de compostos sintéticos e naturais que atuam em vias de sinalização celular do parasita Plasmodium falciparum. A pesquisa tem apoio da FAPESP por meio do Projeto Temático “Decodificar aspectos da biologia celular e molecular do Plasmodium como uma ferramenta para desenvolver novos antimaláricos”.

Garcia já integrava a IAC desde 2013, tendo auxiliado na organização de várias atividades promovidas pela comissão durante as reuniões anuais da ASCB. “Destaco a coordenação de uma Escola São Paulo de Ciência Avançada, organizada em parceria com a European Molecular Biology Organization no ano de 2018”, disse.

Realizada na USP, com apoio da FAPESP, a São Paulo School For Advanced Science In Cell Biology (SPCell) reuniu os principais expoentes da pesquisa em biologia celular do mundo (leia mais em: agencia.fapesp.br/27302).

“Foi uma experiência enriquecedora com a participação de aproximadamente 90 estudantes e pós-doutorandos de 17 países. A programação incluiu uma visita ao Sirius, acelerador de partículas do tipo síncrotron, em Campinas. Foi muito interessante ouvir os pesquisadores e estudantes constatarem que São Paulo é um importante hub de pesquisa mundial”, disse Garcia.

Segundo a pesquisadora, a biologia celular é a base para entender aspectos fundamentais do desenvolvimento e do funcionamento de organismos e tem papel central em pesquisas de diferentes áreas. “É importante, por exemplo, para a descoberta de novos fármacos, pois é fundamental conhecer como as tais moléculas atuam em uma célula e quais são seus alvos. Ou para um físico interessado em entender uma propriedade da mecânica celular, que poderá contribuir para a compreensão de um processo muito mais amplo.”

Garcia vai suceder, na presidência da IAC, o microbiologista Lawrence Banks, recentemente eleito diretor-geral do International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology (ICGEB), cujo mandato termina em dezembro deste ano. “Sem dúvida, foi fundamental para o reconhecimento e a internacionalização da minha carreira ter recebido o apoio da FAPESP para conduzir nossas pesquisas”, afirmou.
 

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