Diversas instituições brasileiras participarão do Projeto Corot, do CNES, da França, que ´deverá enviar um satélite para o espaço em 2006 (foto: ESA)

Brasil em busca de planetas habitáveis
20 de abril de 2004

Diversas instituições do país irão participar do Projeto Corot, do Centro Nacional de Estudos Espaciais, da França, que tem como objetivo a procura de vida fora da Terra. Uma das duas antenas que receberão os dados enviados por um satélite será instalada em Natal

Brasil em busca de planetas habitáveis

Diversas instituições do país irão participar do Projeto Corot, do Centro Nacional de Estudos Espaciais, da França, que tem como objetivo a procura de vida fora da Terra. Uma das duas antenas que receberão os dados enviados por um satélite será instalada em Natal

20 de abril de 2004

Diversas instituições brasileiras participarão do Projeto Corot, do CNES, da França, que ´deverá enviar um satélite para o espaço em 2006 (foto: ESA)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Descobrir planetas rochosos fora do Sistema Solar. Esta é uma das principais missões do Projeto Corot, do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), da França, que conta com a participação da Agência Espacial Européia (ESA) e de diversas instituições de pesquisa da Europa e também do Brasil.

"O projeto pretende procurar planetas em torno de estrelas semelhantes ao Sol, além de estudar detalhes da estrutura interna das estrelas, através da análise das pulsações na superfície, os chamados estelemotos", explicou Eduardo Janot Pacheco, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e presidente do Comitê COROT-Brasil, à Agência FAPESP.

Para isso, um satélite dotado com um telescópio fotométrico de altíssima precisão está sendo desenvolvido nos laboratórios da CNES, em Toulouse, com previsão para funcionar por três anos a partir do lançamento, marcado para 2006. Esse telescópio será capaz de descobrir, pela primeira vez na história da humanidade, planetas rochosos semelhantes à Terra.

Segundo Carlos Alexandre Wuensche, chefe da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a participação do Brasil no Projeto Corot (de "convection, rotation and planetary transit") é muito importante. Duas antenas de recepção de dados serão equipadas para captar os dados enviados pelo satélite.

Uma ficará em Madri, na Espanha, e outra será a do INPE, situada em Natal (RN). A antena do Brasil aumentará em 50% a capacidade de observação do satélite, passando de 40.000 para 60.000 estrelas observadas. O Brasil contribui também com a construção do software do satélite: três engenheiros com mestrado e doutorado pela POLI-USP já se incorporaram às equipes do satélite na França, graças ao apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

"A perspectiva da descoberta inédita de planetas rochosos é bastante excitante, na medida em que se acredita que eles são os únicos capazes de abrigar formas de vida superiores", diz Pacheco. "Poderemos no futuro, otimizar nossas buscas por civilizações extraterrestres nesses planetas".

Participam do projeto, pelo lado brasileiro, a Universidade de São Paulo, o INPE e as universidades federais do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, o Observatório Nacional e o Laboratório Nacional de Astrofísica.


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