Estudantes brasileiros superam concorrentes durante a 9ª Olimpíada Ibero-americana de Física e o país termina a competição em primeiro lugar
Estudantes brasileiros superam concorrentes durante a 9ª Olimpíada Ibero-americana de Física e o país termina a competição em primeiro lugar
Agência FAPESP - A delegação brasileira foi a vencedora da 9ª edição da Olimpíada Ibero-americana de Física. O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Física, sob coordenação do professor David Vianna, e apoiado pelo CNPq, foi realizado pela primeira vez no Brasil, no Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (UFBa), em Salvador, de 25 de setembro a 2 de outubro.
A disputa reuniu 70 estudantes do ensino médio de 18 países latino-americanos, além de Portugal e Espanha. O goiano Guilherme Salerno e o paulista Ricardo Gorgol, em suas categorias, conquistaram medalhas de ouro. Dois outros paulistas, Vander Valente e Jefferson Tsai, levaram respectivamente prata e bronze. Pela primeira vez na competição, todos os integrantes da equipe brasileira ganharam medalhas, o que deu ao país o título de campeão na soma geral de pontos.
"O evento é realizado como um estímulo ao estudo de física e ao desenvolvimento de jovens talentos, além de propiciar o intercâmbio de experiências entre os países de língua latina", explicou Euclydes Marega, líder da delegação brasileira e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, à Agência FAPESP.
A competição teve duas provas distintas: uma prática e outra teórica. Os alunos realizaram experimentos em laboratório com equipamentos específicos e, a partir dos dados obtidos, responderam perguntas teóricas. As questões foram corrigidas por um júri internacional formado por representantes dos próprios países participantes.
A equipe brasileira foi previamente selecionada pela Olimpíada Brasileira de Física, em 2002 e 2003. De um total de quase 30 mil alunos concorrentes, quatro foram selecionados para a competição. O evento contou ainda com um workshop sobre o ensino de física na América Latina onde cada professor falou sobre as atividades de ensino em seus países. O resultado foi a elaboração de um documento com propostas para melhorar o ensino da disciplina.
Após terem sido selecionados na olimpíada, os integrantes da equipe utilizaram o sistema de ensino a distância WebCourse (http://webcourse.cdcc.sc.usp.br), desenvolvido com financiamento da FAPESP pelo Centro de Divulgação Científico e Cultural (CDCC-USP), que vem realizando há vários anos trabalhos em educação a distância pela Internet.
Segundo Marega, um dos principais pontos levantados nas discussões educacionais está relacionado com a falta de estímulo dos estudantes para dar continuidade à carreira científica. "Os jovens cientistas hoje têm pouco estímulo para estudar ciência e seguir uma carreira de sucesso", lamenta. "Uma das conclusões do encontro foi a necessidade de conscientizar os professores para uma maior motivação dos alunos. E olimpíadas científicas como essa são uma excelente ferramenta científica de aprendizagem."
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