Avaliação foi feita por presidente do conselho consultivo do consórcio industrial de biotecnologia Clib2021 (foto:Eduardo Cesar)
Avaliação foi feita por presidente do conselho consultivo do consórcio industrial de biotecnologia Clib2021
Avaliação foi feita por presidente do conselho consultivo do consórcio industrial de biotecnologia Clib2021
Avaliação foi feita por presidente do conselho consultivo do consórcio industrial de biotecnologia Clib2021 (foto:Eduardo Cesar)
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – O Brasil e a Alemanha têm grandes oportunidades para realizar pesquisas conjuntas em bioeconomia – como é denominado o conjunto de setores econômicos que utilizam recursos biológicos em seus processos produtivos.
A avaliação foi feita por Manfred Kircher, presidente do Conselho Consultivo do Cluster Industrielle Biotechnologie (Clib2021) na abertura do German-Brazilian Bioeconomy Forum no dia 21 de maio, na FAPESP.
Promovido pela FAPESP e pelo consórcio industrial de biotecnologia alemão, que reúne empresas de pequeno, médio e grande porte e universidades e instituições de pesquisa alemãs e outros países, o objetivo do encontro foi discutir os principais desafios na produção de alimentos, agricultura sustentável e conversão e processamento de biomassa para fabricação de produtos de base biotecnológica no Brasil e na Alemanha.
O evento integrou a programação de atividades do Ano da Alemanha no Brasil e foi patrocinado pelo Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF, na sigla em alemão).
“O Brasil é líder em processamento de recursos biológicos no mundo, como a utilização da cana-de-açúcar para produção de açúcar e etanol, além do bagaço para a produção de energia e da vinhaça como fertilizante, e em desenvolvimento de biomateriais, biocombustíveis e biogás”, afirmou Kircher.
“Já a Alemanha é uma das maiores produtoras mundiais de biodiesel e se destaca no desenvolvimento de biomateriais. Dessa forma, os dois países apresentam muitas oportunidades de sinergias em pesquisa e desenvolvimento em bioeconomia para serem exploradas”, avaliou.
De acordo com Kircher, as principais matérias-primas de origem biológica utilizadas pelas indústrias químicas alemãs hoje são, majoritariamente, óleos vegetais, seguidos pelo gás natural e carvão, em menor proporção.
Mas as biorrefinarias existentes no país europeu – como são chamados os complexos industriais que produzem combustível, eletricidade e produtos químicos a partir de biomassa – já tentam utilizar a biomassa lignocelulósica encontrada em resíduos agrícolas para obter produtos químicos, contou.
Em março de 2013, uma startup sediada na Alemanha anunciou o desenvolvimento de um bioprocesso para a produção de ácido láctico – utilizado como acidulante e regulador de pH, por exemplo – a partir de miscanto, uma gramínea comum em regiões de clima subtropical na Ásia e na África.
E em julho de 2013 a indústria química alemã Evonik iniciou a operação de uma planta-piloto no país europeu para a produção de um ácido aminoláurico em base biológica que substitui o laurel-lactama – produto à base de petróleo – na fabricação de plásticos de alta performance e produz um composto idêntico à resina termoplástica poliamida 12.
“No longo prazo, esse novo produto também tem potencial para complementar a produção de poliamida 12 à base de butadieno [composto químico usado na produção de borracha sintética]”, indicou Kircher.
Do lado do Brasil, o especialista alemão destacou o acordo assinado pela fabricante sueca de embalagens Tetra Pak com a empresa petroquímica brasileira Braskem para fabricar suas embalagens no Brasil à base de polietileno de baixa densidade (LDPE).
Durante o projeto-piloto, a empresa pretende produzir aproximadamente 13 bilhões de toneladas de embalagens com 82% do material, fabricado por meio da conversão do etileno da cana-de-açúcar com polietileno de baixa densidade.
“A biotecnologia industrial não representa uma oportunidade de negócio apenas para a Alemanha”, avaliou Kircher. “Ela representa uma tendência mundial e exige uma abordagem global, para aproveitar as diferentes potencialidades dos países.”
Segundo Kircher, algumas das áreas de interesse comum que podem ser mais exploradas pelo Brasil e Alemanha em projetos colaborativos de pesquisa em biotecnologia são a farmacêutica, a cosmética, de embalagem e energia, entre outras.
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