Países assinam acordo de transferência tecnológica para fabricação de medicamentos contra a Aids no país africano, onde cerca de 3,3 milhões de adultos vivem com o HIV e apenas 14 mil pessoas recebem algum tipo de tratamento
Países assinam acordo de transferência tecnológica para fabricação de medicamentos contra a Aids no país africano, onde cerca de 3,3 milhões de adultos vivem com o HIV e apenas 14 mil pessoas recebem algum tipo de tratamento
Agência FAPESP - O Brasil irá ajudar a Nigéria em uma causa nobre. Representantes dos dois países estiveram reunidos na semana passada, no Rio de Janeiro, para assinar um acordo de transferência tecnológica para fabricação de medicamentos contra a Aids no país africano.
A parceria foi firmada pela diretora executiva do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Far-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Núbia Boechat, e pelo diretor de Alimentos e Serviços Farmacêuticos do Ministério da Saúde da Nigéria, Rufus Omotayo.
"O Brasil tem um exemplo fantástico que é a fabricação de medicamentos para distribuição gratuita por meio do Sistema Único de Saúde. Além de transferir toda a metodologia nacional em produção de anti-retrovirais, nossa intenção é mostrar a importância da produção pública de medicamentos visando à criação de novos programas de combate à Aids na África", disse Núbia à Agência FAPESP.
A expectativa é reduzir pela metade o valor do tratamento anti-retroviral por paciente no continente africano, passando dos atuais US$ 350 ao ano para US$ 150. Para atingir essa meta, os técnicos brasileiros ficaram responsáveis por traçar o plano de trabalho para a idealização de um laboratório de medicamentos na Nigéria.
O Instituto Far-Manguinhos participará do projeto apenas com a transferência de tecnologia, enquanto o governo da Nigéria entrará com os recursos financeiros. "A parceria faz parte do programa de colaboração internacional do governo federal com os países africanos. Isso quer dizer que não visamos interesse financeiro e sim apenas auxiliar no controle da doença", afirma Núbia.
Uma equipe do laboratório brasileiro visitou no começo do mês a cidade de Abuja, capital da Nigéria, para avaliar a estrutura existente e sugerir adaptações para que a parceria possa ser concretizada. "Eles possuem três laboratórios importantes que já fabricam outros tipos de medicamentos e um deles já foi escolhido para ser utilizado para a produção de anti-retrovirais", disse Núbia. A previsão é que a transferência tecnológica se inicie até o final do ano.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas contra a Aids (Unaids), a Nigéria tem atualmente cerca de 3,3 milhões de adultos soropositivos. De acordo com o governo do país, apenas 14 mil pessoas recebem algum tipo de tratamento contra a doença.
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