Estudo realizado na Unifesp, com apoio da FAPESP, investigou efeitos antitrombótico e anti-inflamatório de proteína vegetal. Trabalho foi premiado em congresso da International Society of Thrombosis and Hemostasis (Bruno Ramos Salu e a professora Maria Luiza Vilela Oliva em frente ao pôster premiado / foto: arquivo pessoal)

Bolsista recebe prêmio internacional por estudo sobre trombose
02 de agosto de 2019

Estudo realizado na Unifesp, com apoio da FAPESP, investigou efeitos antitrombótico e anti-inflamatório de proteína vegetal. Trabalho foi premiado em congresso da International Society of Thrombosis and Hemostasis

Bolsista recebe prêmio internacional por estudo sobre trombose

Estudo realizado na Unifesp, com apoio da FAPESP, investigou efeitos antitrombótico e anti-inflamatório de proteína vegetal. Trabalho foi premiado em congresso da International Society of Thrombosis and Hemostasis

02 de agosto de 2019

Estudo realizado na Unifesp, com apoio da FAPESP, investigou efeitos antitrombótico e anti-inflamatório de proteína vegetal. Trabalho foi premiado em congresso da International Society of Thrombosis and Hemostasis (Bruno Ramos Salu e a professora Maria Luiza Vilela Oliva em frente ao pôster premiado / foto: arquivo pessoal)

 

Felipe Maeda  |  Agência FAPESPBruno Ramos Salu, pós-doutorando com bolsa da FAPESP, recebeu o prêmio Top Poster Winner por um estudo apresentado em congresso da International Society of Thrombosis and Hemostasis (ISTH 2019), realizado na Austrália de 6 a 10 de julho.

Intitulado “Linking the Anti-Inflammatory and Anticoagulant Properties, the Natural Inhibitor EcTI Impairs the Physiopathological Aspects of Thrombosis”, o trabalho de Salu apresentou resultados de seu estudo com apoio da FAPESP, que faz parte de um Projeto Temático coordenado pela professora Maria Luiza Vilela Oliva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O estudo, feito na Unifesp, investigou os efeitos antitrombótico e anti-inflamatório da proteína EcTI, extraída da semente do fruto da árvore Enterolobium contortisiliquum, conhecida popularmente como tamboril ou orelha-de-macaco.

O trabalho constatou que a EcTI tem um importante papel na inibição do desenvolvimento de trombose com menor efeito hemorrágico. “A heparina e a varfarina, principais anticoagulantes utilizados para prevenir e tratar eventos trombóticos, podem causar sangramento e o paciente precisa ter constante monitoramento. Já a EcTI não causa sangramento, segundo os estudos realizados em laboratório com modelo animal de trombose arterial e venosa”, disse Oliva.

Salu explicou que a proteína extraída das sementes foi isolada e purificada por meio de técnicas de purificação bioquímica.

“O passo seguinte foi a caracterização bioquímica desse inibidor sobre enzimas da coagulação e os testes in vitro, com o intuito de avaliar seu potencial como anticoagulante e antiagregante plaquetário. Tendo em vista que os resultados foram muito promissores, seguimos para a pesquisa in vivo em camundongos. Nos animais, avaliamos o potencial da EcTI como antitrombótico, anti-inflamatório e seus possíveis efeitos adversos, como o sangramento”, disse Salu.

O projeto do grupo da professora Oliva também estuda a utilização de peptídeos sintéticos derivados de proteínas previamente identificadas com melhor eficácia antitrombótica.

No Temático, o uso da proteína EcTI também mostrou potencial para o tratamento de câncer de mama triplo-negativo, conforme apresentado na FAPESP Week realizada na Bélgica em 2018 (leia em: http://agencia.fapesp.br/28898).

O ISTH 2019 reuniu pesquisadores, especialistas e líderes mundiais em trombose, hemostasia e biologia vascular de mais de 80 países, para apresentar os avanços científicos mais recentes e discutir as aplicações clínicas destinadas à melhora do cuidado da saúde dos pacientes.

“O prêmio é resultado de anos de trabalho com dedicação exclusiva à pesquisa, que só foi possível graças à participação de todos do nosso grupo”, disse Salu. O pesquisador conta conta que, para o futuro, o grupo realizará diversos testes biológicos com EcTI para avaliar o seu grau de toxicidade e o seu possível potencial como uma molécula terapêutica.

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.