Bolsista da FAPESP recebe prêmio da colaboração Atlas do LHC

Guilherme Saito, do Instituto de Física da USP, foi premiado por trabalho com sensores semicondutores para a detecção de radiação ionizante no Grande Colisor de Hádrons

Agência FAPESP – O doutorando Guilherme Tomio Saito, aluno do Centro de Instrumentação e Física de Altas Energias (Hepic) do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), foi um dos contemplados neste ano com o prêmio “Outstanding Achievement Awards - 2025” da colaboração Atlas do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês). O LHC é um anel subterrâneo de 27 quilômetros de circunferência, onde feixes de prótons colidem em altíssimas energias. Seu objetivo é investigar a estrutura fundamental da matéria e do Universo. Foi construído pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla oficial em francês) na fronteira entre Suíça e França. O Atlas é uma grande colaboração internacional na área de física de altas energias, reunindo mais de 6 mil colaboradores de 177 institutos de pesquisa e universidades distribuídos por 40 países, entre eles o Brasil.

O prêmio é ofertado todos os anos a um grupo seleto de pesquisadores que se destacaram por sua contribuição excepcional em diversas áreas do experimento.

Saito foi premiado por trabalho no âmbito do projeto “High Granularity Timing Detector” (HGTD) “pela campanha bem-sucedida de projeto e teste dos sensores HGTD LGAD, que levou ao início da produção dos sensores”. O trabalho está vinculado à bolsa financiada pela FAPESP, com orientação do professor Marco Aurelio Lisboa Leite, do IF-USP.

O HGTD do experimento Atlas será um novo detector a ser instalado para a fase de alta luminosidade do LHC (HL-LHC), um programa científico voltado para explorar as propriedades do bóson de Higgs (leia mais em: agencia.fapesp.br/55986).

No trabalho de doutorado do IF-USP, Saito teve um papel fundamental no desenvolvimento dos sensores semicondutores para a detecção de radiação ionizante, na instrumentação idealizada e construída especificamente para a caracterização das propriedades desses sensores, na análise dos dados e nas simulações, possibilitando avanços significativos na compreensão dos sinais produzidos pelo detector.

Resultado de um processo longo e detalhado, envolvendo uma equipe multidisciplinar de colaboradores de vários institutos e universidades, os desenvolvimentos produzidos por Saito foram essenciais para a aprovação de uma etapa crucial do projeto pelas instâncias revisoras do programa do LHC.

“Em uma colaboração internacional com mais de 6 mil pesquisadores, fazer parte de um pequeno grupo de pessoas que teve seu trabalho reconhecido pelo experimento é uma importante conquista que reflete o compromisso e a dedicação do estudante Guilherme Saito a um projeto na fronteira da ciência”, destaca Leite para a Agência FAPESP.