Preguiça: uma das espécies ameaçadas (foto: divulgação)

Boas novas para a Mata Atlântica
15 de dezembro de 2003

Após projeto de lei que disciplina o uso e a preservação da Mata Atlântica brasileira, fundo internacional lança programa de R$ 1,2 milhão para financiar estudos de espécies ameaçadas de extinção. Cada projeto poderá receber até R$ 30 mil. O primeiro edital será divulgado nesta quarta-feira (17/12)

Boas novas para a Mata Atlântica

Após projeto de lei que disciplina o uso e a preservação da Mata Atlântica brasileira, fundo internacional lança programa de R$ 1,2 milhão para financiar estudos de espécies ameaçadas de extinção. Cada projeto poderá receber até R$ 30 mil. O primeiro edital será divulgado nesta quarta-feira (17/12)

15 de dezembro de 2003

Preguiça: uma das espécies ameaçadas (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - O Fundo de Parcela para Ecossistemas Críticos (Critical Ecosystem Partnership Fund – CEPF, em inglês) vai liberar R$ 1,2 milhão para o estudo de espécies da Mata Atlântica brasileira ameaçadas de extinção. Os recursos serão repassados aos cientistas por intermédio do Programa Espécies Ameaçadas lançado na semana passada por uma parceria entre a Fundação Biodiversitas e o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste.

Segundo Gláucia Drummond, coordenadora executiva do programa pela Biodiversitas, o grande objetivo da ação é identificar iniciativas estruturadas cientificamente. "Sabemos que a falta de recursos é a maior dificuldade entre os pesquisadores brasileiros. Muitas vezes, ótimos projetos acabam sendo engavetados por falta de dinheiro", disse.

O Brasil é apenas um dos destinos dos recursos do CEPF. O fundo, formado pelo Banco Mundial, Conservation Internacional, Fundação MacArthur, Fundo Mundial para o Meio Ambiente e Governo do Japão, vai destinar US$ 200 milhões nos próximos cinco anos para o estudo ambiental em diversos países. Além da Mata Atlântica, outras 24 áreas ameaçadas de extinção e detentoras de alta diversidade biológica serão investigadas.

De acordo com o edital que será publicado amanhã no site da Fundação Biodiversitas www.biodiversitas.org.br, o limite máximo de financiamento para um mesmo projeto será de R$ 30 mil. Poderão tentar o financiamento estudantes graduados com os seus respectivos orientadores, instituições de ensino e pesquisa, organizações não-governamentais e empresas privadas que trabalham com pesquisa científica e conservação.

Apesar de ser um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo, com apenas 8% de sua cobertura vegetal original, a Mata Atlântica brasileira obteve algumas vitórias recentes. Além do novo financiamento do CEPF, que vai estimular as pesquisas dentro do bioma, o Congresso Nacional aprovou em 3 de dezembro o projeto de lei que disciplina o uso e a preservação da Mata Atlântica.

O tramite no Legislativo demorou 12 anos e a grande vantagem do texto aprovado, segundo os cientistas envolvidos com o processo, é que a definição da abrangência da Mata Atlântica, incluídas todas as formações florestais do chamado domínio atlântico, foi mantida.


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