LNLS abre operação de dois novos espectrômetros de massas. Pesquisadores podem participar da chamada para pesquisas com uso dos equipamentos (foto: LNLS)

Boas novas para a biologia molecular
18 de maio de 2004

LNLS abre operação de dois novos espectrômetros de massas, um deles o primeiro do tipo no Brasil. Pesquisadores podem participar da primeira chamada para apresentação de propostas de pesquisas com uso dos equipamentos

Boas novas para a biologia molecular

LNLS abre operação de dois novos espectrômetros de massas, um deles o primeiro do tipo no Brasil. Pesquisadores podem participar da primeira chamada para apresentação de propostas de pesquisas com uso dos equipamentos

18 de maio de 2004

LNLS abre operação de dois novos espectrômetros de massas. Pesquisadores podem participar da chamada para pesquisas com uso dos equipamentos (foto: LNLS)

 

Agência FAPESP - Pesquisadores da área de biologia molecular estrutural têm motivos para comemorar. Estão entrando em funcionamento dois novos espectrômetros de massas no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Um deles é o primeiro do tipo no Brasil.

A espectrometria de massas é uma técnica utilizada em química de proteínas. Serve para identificar, caracterizar modificações e seqüenciar proteínas e peptídeos com importância biológica ou biomédica.

Os equipamentos estavam sendo testados desde que chegaram ao LNLS no ano passado. Agora, serão abertos a usuários de outras instituições. Além do acesso aos espectrômetros, os pesquisadores que tiverem propostas de pesquisa aprovadas poderão participar de cursos, oficinas e treinamentos.

A primeira chamada para apresentação de propostas de pesquisas destinadas à execução com uso dos espectrômetros de massas está disponível na página eletrônica do LNLS (www.lnls.br).

Os recursos para os investimentos no Laboratório de Espectrometria de Massa – que permitiram a aquisição dos espectrômetros, equipamentos periféricos e de softwares – vieram principalmente da FAPESP. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) entrou com recursos para a manutenção e operação do laboratório.

Modelos complementares

Os dois espectrômetros de massas têm características complementares. "Considerando as características das amostras a serem analisadas e os resultados que se pretendem alcançar, recomenda-se um ou outro, podendo haver situações em que as mesmas amostras serão analisadas nos dois", explica Fábio Cesar Gozzo, pesquisador responsável por gerenciar o novo setor em operação no LNLS.

No espectrômetro com a técnica Maldi-TOF/TOF, um feixe de laser incide sobre a amostra em estudo inserida numa matriz sólida. A ação do laser sobre a matriz dá origem a íons que serão atraídos até um detector. As medidas de massa obtidas dos íons – em unidade chamada Dalton – oferecem informações preciosas sobre aspectos da química das proteínas ou peptídeos que estão sendo estudados. Este espectrômetro – único atualmente em uso no Brasil – permite ainda fazer a dissociação de moléculas, ou seja, dar níveis mais aprofundados de informação sobre seqüenciamento de peptídeos.

No espectrômetro com a técnica Electrospray Q-TOF, a amostra do material em estudo é introduzida na forma de solução aquosa. Aplica-se uma alta voltagem à solução gerando os íons e formando um spray eletrolítico, chamado electrospray, de onde os íons seguem em direção ao detector. Esse instrumento também possui a capacidade de dissociação dos íons, fornecendo informações sobre a seqüência da proteína.

O ciclo para adquirir dados é bastante rápido e, num único dia de trabalho, cada grupo de pesquisa pode obter dezenas de espectros para análise, etapa na qual são utilizados softwares e computação de alto desempenho, que também fazem parte do apoio à pesquisa fornecido pelo LNLS.

Outra característica relevante dos espectrômetros é quanto à sensibilidade de detecção dos íons. Mesmo quantidades de amostras bastante exíguas de um determinado material biológico podem servir para realizar as medições.

O LNLS é operado pela Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS), mediante contrato de gestão assinado com o MCT e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O laboratório é responsável por gerenciar a Rede de Biologia Molecular Estrutural do Estado de São Paulo (SMOLBnet), financiada pela FAPESP, na qual estão integrados 16 grupos científicos do Estado de São Paulo que se beneficiam do uso de equipamentos e insumos compartilhados, troca permanente de informações e treinamentos.

Juntamente com o Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade Federal de Rio de Janeiro, o LNLS coordena também a Rede Nacional de Biologia Molecular Estrutural, financiada pelo CNPq, na qual estão associados dez grupos científicos de todo o Brasil.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.