Apêndices da Evarcha arcuata vistas em foto feita por microscópio (foto: divulgação)
Cientistas suíços e alemães medem pela primeira vez a força que existe entre os apêndices da aranha e uma superfície de contato. A descoberta poderá ajudar em inovações tecnológicas, como na fabricação de novas roupas de astronautas
Cientistas suíços e alemães medem pela primeira vez a força que existe entre os apêndices da aranha e uma superfície de contato. A descoberta poderá ajudar em inovações tecnológicas, como na fabricação de novas roupas de astronautas
Apêndices da Evarcha arcuata vistas em foto feita por microscópio (foto: divulgação)
Com auxílio de um microscópio atômico, os cientistas alemães e suíços que participaram da pesquisa conseguiram identificar com precisão como, e por que, as aranhas saltadoras do gênero Evarcha arcuata não costumam despencar. O trabalho do grupo está publicado na edição de segunda-feira (19/4) do Smart Materials and Structures.
"Descobrimos que, por ter cerca de 600 mil microestruturas em contato com a superfície, a aranha consegue produzir uma força adesiva 170 vezes maior do que o seu próprio peso", disse Andrew Martin, um dos responsáveis pela pesquisa, junto com Antonia Kesel e Tobias Seidl.
Os pesquisadores europeus identificaram a força como sendo a de van der Waals, um tipo de atração eletrostática que existe entre dois corpos. Em alguns casos, pode ser considerada semelhante à atração magnética entre os dois pólos da Terra. No caso das aranhas, o movimento bipolar de elétrons, e também de moléculas, é provocado pelo deslocamento de cada uma das nanoestruturas que existem nos apêndices de locomoção das aranhas.
Com base nos resultados encontrados até agora, os pesquisadores acreditam que a descoberta pode levar ao desenvolvimento de diversos produtos. Um exemplo, segundo eles, seriam roupas com as quais os astronautas poderiam ficar pendurados nas paredes de um espaçonave durante reparos.
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