Apêndices da Evarcha arcuata vistas em foto feita por microscópio (foto: divulgação)

Bem grudado
20 de abril de 2004

Cientistas suíços e alemães medem pela primeira vez a força que existe entre os apêndices da aranha e uma superfície de contato. A descoberta poderá ajudar em inovações tecnológicas, como na fabricação de novas roupas de astronautas

Bem grudado

Cientistas suíços e alemães medem pela primeira vez a força que existe entre os apêndices da aranha e uma superfície de contato. A descoberta poderá ajudar em inovações tecnológicas, como na fabricação de novas roupas de astronautas

20 de abril de 2004

Apêndices da Evarcha arcuata vistas em foto feita por microscópio (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - Uma aranha grudada de cabeça para baixo, em uma planta qualquer no meio da mata ou mesmo no teto, é uma imagem que sempre surpreende. Intrigados com as forças físicas que estão em jogo em uma cena como essa, um grupo de pesquisadores do Instituto de Zoologia Técnica e Biônica da Alemanha resolveu olhar o fenômeno mais de perto.

Com auxílio de um microscópio atômico, os cientistas alemães e suíços que participaram da pesquisa conseguiram identificar com precisão como, e por que, as aranhas saltadoras do gênero Evarcha arcuata não costumam despencar. O trabalho do grupo está publicado na edição de segunda-feira (19/4) do Smart Materials and Structures.

"Descobrimos que, por ter cerca de 600 mil microestruturas em contato com a superfície, a aranha consegue produzir uma força adesiva 170 vezes maior do que o seu próprio peso", disse Andrew Martin, um dos responsáveis pela pesquisa, junto com Antonia Kesel e Tobias Seidl.

Os pesquisadores europeus identificaram a força como sendo a de van der Waals, um tipo de atração eletrostática que existe entre dois corpos. Em alguns casos, pode ser considerada semelhante à atração magnética entre os dois pólos da Terra. No caso das aranhas, o movimento bipolar de elétrons, e também de moléculas, é provocado pelo deslocamento de cada uma das nanoestruturas que existem nos apêndices de locomoção das aranhas.

Com base nos resultados encontrados até agora, os pesquisadores acreditam que a descoberta pode levar ao desenvolvimento de diversos produtos. Um exemplo, segundo eles, seriam roupas com as quais os astronautas poderiam ficar pendurados nas paredes de um espaçonave durante reparos.


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